Data destacada mundialmente para conscientização sobre o Diabetes tem alertas de diversas áreas da saúde sobre cuidados necessários especialmente para estes pacientes.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, cerca de 16 milhões de brasileiros tem diabetes, nas suas variadas formas. No mundo, em 2019, uma pesquisa realizada pela Federação Internacional de Diabetes, indicou 463 milhões de pacientes na faixa entre 20 e 79 anos. Existem, claro, mais casos, de pacientes mais jovens ou mais idosos, não computados neste números mundiais. Esta é uma doença crônica, que muitas vezes é relacionada apenas ao consumo de doces, mas vai bastante além disso.
Os médicos do Grupo Trasmontano Saúde, alertam que o excesso de calorias ingeridas, má alimentação, obesidade, sedentarismo, além de histórico familiar também são fatores de risco. A endocrinologista e consultora da FQM, Erika Paniago Guedes, acrescenta a esta lista pressão alta, colesterol alto, diagnóstico de doença renal crônica e ainda síndrome dos ovários policísticos. Quem possui qualquer uma destas condições deve ter cautela e consultar regularmente um médico.
Mesmo quem não está no grupo de risco deve realizar exames de rotina, uma vez que nem sempre aparecem sintomas. Quando a doença não é silenciosa, podem ser observadas situações como perda rápida de peso sem motivo aparente, excesso de sede, aumento da quantidade de urina e em alguns casos até alterações de visão. São sinais de alerta para investigar a origem destes sintomas, através de exames de sangue.
Esta doença é diretamente ligada à relação de nosso corpo com a insulina, hormônio responsável por regular a quantidade de glicose no sangue. Existem casos em que o corpo deixa de produzir a insulina e outros em que a função do hormônio não ocorre da forma esperada, elevando o nível de glicose. Com um controle adequado e acompanhamento médico, pacientes que estejam com uma ‘pré-diabetes’, ou seja uma disfunção do hormônio, podem mantê-lo controlado e evitar o desenvolvimento da doença.
Os tipos de diabetes
Existem algumas variações da doença, mas são três os tipos mais comuns * - Tipo 1 (insulinodependente): geralmente diagnosticado na infância ou adolescência. O pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, resultando na retenção da glicose no sangue ao invés de ser utilizada como energia pelas células do corpo. Nesse tipo, a pessoa precisa ser tratada por meio de aplicações diárias de injeções de insulina; - Tipo 2: é responsável por quase 90% dos casos, costuma ser mais frequente em adultos e está associado a um estilo de vida não saudável. Aparece quando o organismo não consegue utilizar adequadamente a insulina que produz ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia. O tratamento é feito por medicamentos, exercícios físicos e planejamento alimentar; - Diabetes gestacional: as mudanças hormonais durante a gravidez podem aumentar o nível de glicose no sangue da gestante, mas o aumento de peso excessivo também é um fator de risco. *fonte: Grupo Trasmontano Saúde
Doenças relacionadas
Pessoas com diabetes são grupo de risco para uma série de outras doenças e condições, como cegueira, perda da função dos rins ou doenças cardíacas. Neste ano, existe ainda um alerta para o aumento do risco de desenvolver uma forma mais grave de Covid, no caso de contaminação. Também são ligados ao diabetes, problemas circulatórios e do sistema nervoso. Hoje, com a evolução dos tratamentos e acompanhamento, foi reduzida a quantidade de pessoas que sofrem amputações, mas o risco ainda é alto.
O consultor da Vuelo Pharma, o farmacêutico Antônio Rangel, explica que o diabetes não controlado pode causar deformidades ósseas e alterações anatômicas nos pés e pernas. Além disso, alterações do sistema nervoso podem reduzir a sensibilidade da pessoa nos pés, o que aumente o risco de não perceber possíveis feridas. Antonio Rangel alerta que o diabético precisa redobrar os cuidados com os pés. No caso de haver feridas, é importante o contato com especialistas, pois, principalmente quando o nível de glicose não está controlado, a cicatrização é mais demorada.
Saúde Bucal e Diabete
A alteração sanguínea que retarda a cicatrização se repete em todos os membros do corpo. Existe um cuidado reforçado, por exemplo, com relação à saúde bucal. Por sua particularidade, é importante que o paciente procure dentistas que tenham especialização em seu caso. Janaina Medina, presidente da Câmara Técnica de Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais do CROSP, alerta que para estes pacientes, “é aconselhável aferir a glicemia antes das consultas”.
Doenças nas gengivas são frequentes entre pessoas com diabetes. A inflamação pode acontecer impulsionada por uma higiene deficiente. Qualquer infecção terá sua severidade relacionada à resposta imunológica do paciente, mas pode contribuir para desencadear e perpetuar quadros de descontrole glicêmico. “A grosso modo, quando temos infecção, há morte celular (pus). Desta forma, mais açúcar acaba sendo liberado para a corrente sanguínea”, explica Janaína Medina.
Controle é fundamental
Os alertas feitos pelos diversos profissionais ouvidos ressaltam a necessidade de um acompanhamento adequado. No sistemas público e privado de saúde, é possível realizar este controle. Todos os especialistas citados nesta publicação são taxativos ao lembrar que as complicações acontecem quando não há um controle. O gerenciamento da taxa de glicemia reduz o risco de desenvolver complicações e os pacientes podem levar uma vida normal.
Fontes: CROSP (Conselho Regional de Odontologia de São Paulo), Grupo Trasmontano Saúde, Vuelo Pharma Industria Farmacêutica e FQM, empresa do setor farmacêutico.