O evento online reúne obras de cinco artistas de origem africana que vivem na periferia de São Paulo. A mostra faz parte do Festival Pangeia e fica no ar até o final de janeiro.
A exposição Origens #3 faz parte de um projeto amplo chamado Festival Cultural Pangéia. O nome não poderia ser mais apropriado, já que a temática central é a ligação entre o continente africano e o Brasil. Na exposição Origens #3, em cartaz, cinco artistas retratam a influência africana na realidade periférica em que vivem. As obras podem ser apreciadas de forma gratuita através do site do festival até dia 31 de janeiro. Interessados em adquirir as obras poderão entrar em contato através de links em cada uma das obras.
O Festival que já aconteceu de forma presencial em anos anteriores percebe um aumento e diversidade de publico, nesta plataforma online. A exibição das obras em meio virtual aumentou o alcance, recebendo público de vários estados do país e mesmo do exterior. A curadoria da exposição é de Priscila Magalhães, que selecionou artistas com trabalhos em pintura, colagem, artes digitais e fotografia. As obras que retratam a origem de nosso povo, sob a ótica da diáspora africana.
“Foi muito provocador levar a exposição para o ambiente virtual e acredito que tem dado certo. Estamos conectados e buscando levar a reflexão do tema do festival que é Conexão Américas e África” para diversas pessoas, comenta Priscila. “Foi um desafio enorme. Talvez no formato tradicional não teríamos impactado o mesmo número de visitantes”, diz a diretora do Festival, Pauliana Reis.
Artistas Participantes:
Ione Maria, 25 anos, moradora da Vila Albertina, SP. Colagista há 5 anos, também trabalha com design e direção de arte. A colagem é o campo de pesquisa da artista, evidenciando a cultura afro-brasileira através do formato analógico/manual. A arte vem do lugar de colocar narrativas negras em espaços dignos de realeza através das imagens que a cercam. No design, se destaca pela linguagem afro-futurista, articulada também através do movimento independente preto, para fins comunicativos e artísticos.
Cauã Bertoldo, 24 anos, morador da Zona Sul. Artista visual, desenvolve a identidade poética de seu trabalho desde 2014. É artista, grafiteiro e arte-educador. Usa diversas técnicas, como aquarela, arte digital, grafitti etc. Sua pesquisa em arte, trata das questões do sujeito negro e “queer” periférico, através de retratos mergulhados em metáforas e interpretações multilaterais, onde cada um se conecta e se vê a sua maneira.
Isabela Alves – AfroBela, moradora do Jardim João XXIII, se define como ‘artesã da vida’. Ela trabalha com colagem digital, tela e tinta acrílica, fotografia e escrita. Seus projetos pessoais discutem sexualidade e identidade, sendo o maior deles a plataforma afetiva A Perfeita Queda dos Búzios, também idealizada por Jéssica Ferreira.
Cassimano, nascido e criado na periferia de São Paulo, ainda adolescente despertou seu interesse pela fotografia nas ruas ao trabalhar como mensageiro. Em 2012 fez intercambio em Moçambique e o registro fotográfico dessa viagem. Desde 2016 realiza o projeto “Galeria Fotográfica de rua” projeto de intervenção urbana com suas fotografias ampliadas em grandes formatos e aplicadas em diversos suportes com colagens. Com o mesmo projeto promove cursos de fotografia, de ampliação e aplicação das colagens para jovens da periferia.
Paulo Chavonga, angolano de Benguela, se mudou há alguns anos para a periferia de São Paulo. Artista plástico autodidata, produtor cultural, muralista e arte educador, teve seu início nas artes plásticas aos 7 anos de idade. Seu fascínio pela expressão humana e pela cultura africana resulta em estudos dos povos de lugares em que já passou. São a tradução de dias passados no Kandongueiro, no kimbo, festas de quintal, conversas em volta da fogueira.
Festival Pangeia - Exposição Origens #3 Online, até 31 de janeiro Site: https://www.festivalpangeia.com Youtube: Festival Cultural Pangeia