III Festival de Música Histórica de Diamantina

imagem de mãos segurando uma foto antiga de uma banda
foto: Kika Antunes/divulgação

Inscrições gratuitas para os minicursos oferecidos no evento vão até este domingo, com vagas limitadas.

A terceira edição do Festival de Música Histórica de Diamantina terá programação inteiramente online. O evento acontece entre os dias 23 de abril e 01 de maio e traz o tema “O acervo somos nós” para as várias atividades. Além de rodas de conversa, saraus e concertos, a programação inclui também dois minicursos. Eles serão gratuitos e síncronos, um sobre documentação histórica e outro sobre a tradição ‘sineira’ afro-brasileira. Não há necessidade de conhecimento prévio para aproveitar este conteúdo, que foi formatado para alcançar o público em geral.

A programação do Festival deve promover um resgate cultural e a ampliação do conhecimento dos acervos de música existentes em Minas Gerais. Eles terão foco em objetos históricos, como conjuntos de partituras e instrumentos presentes em museus e espaços culturais. Darão luz também aos ‘acervos vivos’, compreendendo a função de mestres instrumentistas e cantadores, e dos povos indígenas presentes no estado. As práticas musicais comunitárias que ajudam a preservar a memória sonora de Minas – e do país – com as linguagens de sinos, as bandas e os terreiros, também são contempladas na programação.

Minicursos

Entre os destaques desta terceira do Festival de Música Histórica está a realização de dois minicursos gratuitos: “Conservação de documentos musicais” e “O sino da igrejinha faz belém blem blom”: o soar e os sentidos dos sinos e de seus toques na África central ocidental e no Brasil centro-africano”.  Ambos serão realizados nos dias 27 e 28 de abril, no período da manhã. É possível escolher um deles, uma vez que são ao vivo e simultâneos. As inscrições vão até este domingo (11). São apenas 100 vagas, com 15 delas reservadas para os moradores de Diamantina e região. Os participantes receberão certificado.

Conservação de Documentos Musicais.

O curso será ministrado pela a professora Mary Ângela Biason, do Museu Carlos Gomes. Ele é voltado a profissionais e estudantes de arte e também a pessoas que possuam acervo e gostariam de saber como preservá-lo. Haverá uma contextualização histórica do patrimônio musical brasileiro. Os alunos irão discutir sobre os movimentos de preservação, a produção dos papéis de música, onde se encontram e porque foram preservados.  O objetivo de uma forma geral é sensibilizar o aluno para as manifestações musicais que acontecem à sua volta, iniciando pela sua família e se estendendo para sua comunidade e sua região.

Na primeira aula, serão trabalhados os conceitos e definições sobre pesquisa em música. A herança musical: o que é patrimônio e o que é importante preservar. Também serão abordadas as razões para se guardar um documento, o que o torna especial, de que forma guardar e como buscar informações sobre ele. O segundo encontro irá mais à fundo nas questões de catalogação e conservação, trabalhando com acervo do Museu Carlos Gomes. Serão dadas noções básicas de conservação e acomodação de papéis de música. Será disponibilizado um documento musical, para que se percorra, no curso, todo o processo de pesquisa, catalogação, transcrição, publicação, execução pública e gravação.

“O sino da igrejinha faz belém blem blom”

O minicurso será ministrado pelo professor Rafael Galante, mestre e doutorando em História Social pela USP.  Ele irá discutir a história e a musicalidade, falando do soar e do sentido dos sinos e de seus toques.  São também dois encontros que devem ficar na tradição sineira afro-brasileira, especialmente a afro-mineira, como parte dos desdobramentos culturais da grande diáspora centro-africana no Brasil. Ele parte do uso social dos sinos, seus significados simbólicos e o contexto histórico. A contextualização deve se debruçar sobre o impacto das tradições das sociedades da África Atlântica sobre a tradição sineira da Europa Ocidental cristã.

O segundo encontro irá abordar os aspectos filosófico e espiritual do sinos. O processo histórico de formação das tradições sineiras afro-brasileiras contemporâneas e as práticas do catolicismo afro-mineiro de regiões como o Alto Jequitinhonha e a Serra do Espinhaço. O objetivo central deste workshop é mostrar a importância da tradição sineira e o legado civilizatório africano na tradição afrocatólica do Brasil, que muitas vezes é omitido das narrativas históricas.

III Festival de Música Histórica de Diamantina
De 23.04 a 01.05, em diversos horários.
Para a programação: musicahistoricadiamantina.com.br/programacao
Para assistir - Canal do Youtube: @musicahistoricadiamantica
Workshops gratuitos 
Inscrições até 11/04: /minicursos
Divulgação dos selecionados: 16/04

Conservação de documentos musicais
 Datas: 27 e 28 de abril de 2021
 Horário: De 9h às 11h
 Plataforma Zoom

"O sino da igrejinha faz belém blem blom": o soar e os sentidos dos sinos e de seus toques na África central ocidental e no Brasil centro-africano.
 Datas: 27 e 28 de abril de 2021
 Horário: De 9h às 12h
 Plataforma Zoom
A realização do III Festival de Música Histórica de Diamantina somente foi possível por meio dos editais da Lei Aldir Blanc no âmbito do estado de Minas Gerais. Veja homenagem ao compositor: https://musicahistoricadiamantina.com.br/aldir-blanc