Junho Vermelho lembra a importância de doar sangue

imagem de um braço feminino doando sangue, a mão pressiona uma bolinha vermelha
reprodução site Um só Sangue

Campanha nacional chama a atenção para a importância e segurança de se doar sangue. O número de doações no país que já não é alto, caiu em mais 70% com a pandemia, segundo a ABHH.

Todos os anos, desde 2015, diversas entidades se unem em ações do chamado Junho Vermelho, o mês de conscientização sobre a Doação de Sangue. A oficialização deste período foi necessária para ressaltar a necessidade de doações voluntárias no pais. Os percentuais de doação no Brasil cresceram nas últimas décadas em razão de uma série de medidas adotadas, mas ainda são baixos. Especialmente em um momento de pandemia, as ações serão relevantes já que, segundo a ABHH, Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, houve uma queda de 70% nas doações espontâneas neste período.

O último levantamento publicado pela Anvisa, referente a 2019, mostra que 2% da população adulta sadia fez ao menos uma doação de sangue naquele ano. O ideal, segundo o Dr. Carmino Antonio de Souza, coordenador dos Comitês Técnicos Científicos Assessores da ABHH, seria de 5 ou 6%. Na percepção do médico, ações como as do Junho Vermelho são fundamentais, já que um dos motivos para não haver doadores, é a falta de conhecimento da importância deste ato. “Os brasileiros são solidários. Estamos vendo neste episódio do coronavírus como a sociedade se mobiliza para ajudar os outros”, observa.

Junho Vermelho

Diante deste quadro, para 2021, o programa lançado pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular tem o tema “UM SÓ SANGUE”. Ele inclui uma série de ações e compartilhamento de informações para estimular o ato de doar sangue, não apenas em junho, mas o ano inteiro. Para a campanha, a Associação tem apoio de parceiros como o Metrô de São Paulo, MTM Tecnologia, São Paulo Futebol Clube e Facebook. Aderiram ao programa para realizar coletas, os serviços de hemoterapia do Banco de Sangue Paulista, CTA/SP, Fundação Pró-Sangue, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Oswaldo Cruz, UNIFESP e Colsan.

Entre as ações previstas para este mês, uma chama a atenção especialmente, o “hemoniver”. Uma doadora voluntária que faz aniversário neste 4 de junho, convocou seus amigos para uma ação solidária. No lugar de darem presentes a ela, eles irão fazer doações ao banco de sangue da Unifesp. Nos dias 25 e 26 de junho, o São Paulo Futebol Clube abrirá seu estádio para um mutirão de coleta de sangue – com todos os cuidados devidos e sem aglomeração. O Metrô de São Paulo irá transmitir nos monitores dentro dos vagões vídeos educativos e terá em algumas estações um mural com asas de anjo para os doadores registrarem sua boa ação.

Mural com Asas, para fotos, exposto em estações do Metrô

Um “pacto de colaboração”

O Dr. Carmino Antonio de Souza explica que a doação de sangue é totalmente segura, tanto para que doa como para quem irá receber. É feita uma triagem de doadores para checar aspectos físicos e de saúde que poderiam impedir o ato. Além disso, o sangue coletado é analisado com testes sensíveis e adequados. Segundo o médico, a doação pode ser vista como ‘um pacto de colaboração‘, uma vez que quem doa tem, não apenas a satisfação pelo ato, mas também sua saúde checada. Cada bolsa de sangue doada pode ajudar até quatro pacientes, em diferentes situações. Os componentes do sangue doado podem ser usados em casos de pessoas acidentadas, transplantes, quimioterapia entre outros.

A evolução da ciência já ampliou a gama possível de doadores, podendo atualmente se voluntariar pessoas saudáveis entre 16 e 65 anos. O Dr. Carmino comemora o fato de que nos bancos públicos de sangue há um percentual maior de doadores fidelizados (espontâneos) que pessoas que doam para reposição. Ainda é um numero apenas levemente maior, mas já é motivo de celebração. O médico lembra que doar sangue é um ato de cidadania e a doação recorrente é uma possibilidade, respeitando os intervalos entre coletas.

Quem pode doar sangue

É preciso essencialmente ter desejo de doar e estar com boa saúde. Hoje em dia, a partir de 16 anos ja se pode fazer doação, desde com autorização por escrito dos responsáveis. Outras condições são ter no mínimo 50kg, estar descansado e alimentado. Depois da doação é preciso permanecer por 15 minutos no local da coleta, para evitar que haja algum mal estar e possibilitar atendimento no caso de alguma ocorrência. Não se deve fumar (nunca, mas ao menos até duas horas após a doação) e consumir bebidas alcoólicas. Evitar esforço fisico por 12h e beber bastante líquido.

Em junho, além da vacinação contra a COVID-19, está acontecendo a campanha de vacinação contra a gripe. De acordo com o tipo de vacina recebido é preciso aguardar um prazo específico antes de doar, que pode chega a um mês. Mulheres grávidas ou que estejam nos primeiros 12 meses de amamentação também não podem doar. Serão realizados testes para checar se o voluntário está com anemia, hipertensão ou febre. São casos em que são encaminhados para cuidados médicos e impedidos temporariamente de doar. Confira neste material da ABHH, outros impedimentos – temporários ou permanentes.

Vídeo produzido pela ABHH para o Junho Vermelho