Relatório Anual do Observatório da Discriminação Racial no Futebol

folder do lançamento com a descrição de data, horario e participants. há uma ilustração de um goleiro negro, simbilizando Barboza, defendendo uma bola.

Lançamento da edição 2020 do relatório será nesta sexta (08), às 10h, no Museu do Futebol, no Pacaembu, com transmissão ao vivo pelo Youtube e Facebook.

Infelizmente, a discriminação racial, seja ela por crimes de injuria ou racismo, é uma realidade no Brasil e em muitos países do mundo. No esporte, os casos de discriminação por raça ou gênero ainda são muitos e são flagrantes. Na próxima sexta-feira (8), às 10h, será lançado no Museu do Futebol, o Relatório Anual da Discriminação Racial 2020. O estudo foi feito pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol em parceria com o Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e apoio do Facebook.

A Injúria Racial consiste ao ataque direcionado à honra de um indivíduo, lhe ferindo a dignidade ou o decoro, valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia,  religião ou origem, de acordo com a qualificadora expressa pelo Artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, incluída pela Lei nº 9.459, de 1997. Já o racismo atinge uma coletividade de indivíduos, conforme a Lei nº 7.716 de 1989. Ressalta-se que, ao contrário da injúria, o racismo é inafiançável e imprescritível. 

Extraído de: jus.com.br/racismo-e-injuria-racial-formas-distintas-de-discriminacao-enraizadas-no-preconceito

A edição faz uma análise sistêmica dos incidentes raciais e casos de preconceito e discriminação entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2020. São estudadas ocorrências no esporte brasileiro, com foco no futebol, e contra atletas brasileiros no exterior. Estão confirmadas as presenças de nomes ligados ao esporte que, em sua carreira, presenciaram ou  passaram pessoalmente por atos de discriminação:  o ex-jogador e comentarista Grafite, o ex-jogador e VP da Federação Paulista de Futebol, Mauro Silva e a jogadora Suellen Rocha.

Discriminação Racial no Futebol

O relatório deste ano conta com o apoio do Facebook e traz 76 ocorrências discriminatórias, sendo 68 em território nacional e outras oito com atletas brasileiros no exterior. São relacionados casos ligados ao futebol e em esportes como basquete, surf, e-Sports e UFC. O maior número, 83%, está ligado ao futebol. Os fatos relacionados foram identificados através da internet, em estádios ou em outros espaços que envolvam agentes relacionados com o esporte. O lançamento oficial ainda apresentará dados sobre os casos julgados pela Justiça Desportiva, locais dos incidentes e os envolvidos, além do histórico dos casos monitorados e seus desdobramentos ao longo dos sete anos de trabalho do Observatório.

Participarão, ainda, do evento, Marcelo Carvalho, Diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcel Tonini, Doutor em História Social e integrante da equipe de curadores da exposição “Tempo de Reação – 100 anos do goleiro Barbosa” e Rafaelle Seraphim, jornalista do Grupo Globo e umas das criadoras do podcast Ubuntu Esporte Clube.  O lançamento do relatório poderá ser acompanhado ao vivo pelos perfis do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, do Museu do Futebol e do Museu da UFRGS no Facebook ou no Youtube.

Lançamento do Relatório Anual do Observatório da Discriminação Racial no Futebol
Sexta (08), às 10h, ao vivo.

Assista pelo Facebook: Observatorio Racial do Futebol, ou Museu do Futebol, ou ainda 
Museu UFRGS

Assista peo Youtube: ObservatorioFutebol ou Museu do Futebol SPaulo
O evento está relacionado à exposição temporária “Tempo de Reação – 100 anos do Goleiro Barbosa”, que celebra a trajetória do ex-goleiro da Seleção Brasileira e do Vasco, Moacyr Barbosa (1921-2000), que ao lado dos outros jogadores negros do time, foi injustamente responsabilizado pela derrota do Brasil para o Uruguai no “Maracanazzo” em 1950.