Audiência pública, convocada pela deputada estadual Marina Helou, terá participação de especialistas para debater, no dia 12 de julho, a infeliz realidade sobre a imunização regular das crianças brasileiras.
O Brasil tem hoje, segundo dados do DataSUS (link abaixo) as menores taxas de vacinação infantil dos últimos dez anos. Conforme noticiado na grande imprensa há algumas semanas, doenças que já não existiam mais no país voltaram a ter ocorrência. Jornalistas e personalidades ligadas diretamente ao assunto da imunização fizeram alertas. Para discutir este problema e possíveis soluções, acontece nesta terça-feira (12), às 10h, a audiência pública “Vacinação Infantil: Doenças do Passado, Problemas do Futuro” na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), no Auditório Teotônio Vilela.
O encontro foi chamado pela deputada Marina Helou, da Rede Sustentabilidade, e é aberto ao público em geral. Está confirmada a participação de especialistas no tema, como Renato Kfouri, pediatra infectologista; Marlene Oliveira, Presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida; Natália Pasternak, Presidente do Instituto Questão de Ciência; Simone Malandrino, Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONDECA); Luciana Bergamo, Promotora de Justiça e Jair Leme, Consultor especialista em saúde da Speyside.
O evento visa levantar as razões que levam à situação atual da cobertura vacinal no estado, para que sejam articuladas campanhas que fortaleçam a vacinação, com especial foco em crianças e adolescentes. Os dados do DataSUS preocupam. Em 2021, em relação às vacinas ofertadas gratuitamente pelo sistema público de saúde, os três imunizantes com a menor taxa de cobertura no país foram contra a poliomielite (70% de cobertura), a segunda dose de tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola, com 51,6%) e a vacina contra varicela (com apenas 65%), deixando a população, especialmente o público infantil, mais vulnerável.
Já em 2022, os dados totais computados até dia 07 de julho mostram a cobertura contra a poliomielite está em apenas 35,92%. No estado de São Paulo, o percentual está em 36,09% pouco mais da metade da cobertura total do ano passado até o momento. Já em relação à varicela, os números paulistas também levantam um alerta, passando de 72,18% em 2021, para apenas 34% este ano, até o momento. Não há numeros disponíveis a respeito da vacinação contra o Sarampo no sistema.
Dentre as razões que têm influenciado a queda de cobertura vacinal, acredita-se que exista uma falsa sensação de que não há a necessidade de vacinação, por conta do controle dessas doenças imunopreveníveis. Outro ponto é uma possível relutância da comunidade em se vacinar, ocasionada por informações falsas ou incorretas, as chamadas fake news. E a redução de campanhas que incentivem e facilitem a vacinação. Outro ponto que é levado em consideração é o impacto da pandemia nesta queda de cobertura vacinal, especialmente percebida nos últimos dois anos.
“Das 15 vacinas que deveriam ser aplicadas nos primeiros quatro anos de vida, pelo menos nove estão abaixo dos índices recomendados pela OMS. É urgente construirmos ações coordenadas entre sociedade civil e órgão públicos para reverter esses indicadores”, explica a deputada estadual Marina Helou, que é coordenadora da Frente Parlamentar pela Primeira Infância na Alesp. A vacinação é uma das formas mais efetivas para prevenção de doenças e a redução gera maior risco de contágio, por exemplo, por poliomielite e sarampo, que já haviam sido eliminadas no país.
Outro fator é a importância de completar o esquema de doses de cada vacina recomendada. Ao avaliar o cenário das coberturas de imunizantes que necessitam de segunda, terceira ou doses de reforço, é ainda mais crítico. O esquema vacinal completo é muito importante para promover a proteção de longo prazo e garantir a efetividade da prevenção contra essas doenças.
Fontes: Assessoria de Imprensa da Speyside e dados do DataSUS (link) atualizados até 07.07, acesso em 08.07.22.