O homem, que teve sua identidade preservada, tinha um tumor maligno tipo carcinoma, tomando grande parte da mandíbula e recebeu uma prótese customizada no final de maio
A cirurgia inédita realizada por uma equipe médica no dia 22 de maio, em um hospital da Rede D’Or, foi a primeira deste gênero realizada no país. O paciente tinha um carcinoma de células escamosas (CCE), tumor malígno de pele, o segundo mais comum do tipo não melanoma. A lesão já ocupava todo o lado direto da mandíbula, que precisava ser retirada. Os médicos fizeram a reconstituição da mandíbula, retirando o osso lesionado e implantando a prótese customizada. Foram em torno de 5 horas de cirurgia e, seguindo a equipe, a recuperação do paciente está sendo muito positiva.
Os responsáveis pela operação foram o médico Dr. Ullyanov, especialista formado pelo INCA e doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina USP, e o Dr. Leonardo Peral, especialista em cirurgia buco maxilo facial, formado na UFRJ. A prótese utilizada foi feita sob medida em Rio Claro (SP) e, caso não haja intercorrências, é permanente, sem necessidade de substituição posterior. Por ser produzida por titânio, alumínio e vanádio, ela é mais leve do que o osso da mandíbula, sendo 7 vezes mais resistente.
O carcinoma de células escamosas (CCE) é uma neoplasia maligna, com origem no epitélio de revestimento da boca, sendo responsável por cerca de 95% das lesões malignas nesta região. No Brasil, a boca representa a quinta localização de maior incidência de câncer em homens e a sétima em mulheres.
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Segundo os médicos, todos os pacientes que possuem esse tipo de doença, seriam elegíveis a este tipo de intervenção, para terem uma vida melhor. A prótese implantada possibilita ao paciente recuperar as funções parecidas com as do osso da mandíbula. A cirurgia, porém, não tem cobertura de todos os convênios médicos. “Alguns sim [cobrem], outros não entendem que o custo da cirurgia gerará uma melhora de vida sem preço para os pacientes”, lamentam os cirurgiões.
Quando não é possível um tratamento, como o realizado em maio nesta cirurgia inédita, a opção que resta é uma cirurgia mais agressiva e longa, com o resultado positivo da retirada do tumor, porém sem essa ‘volta à vida normal’. “Com retirada de osso da região da fíbula na perna, e uso de placas e parafusos para fixação desses ossos, aumentando o tempo cirúrgico e anestésico. Pelo SUS, inclusive, não fazem esse tipo de cirurgia“.
Como todos os tipos de câncer, o diagnóstico precoce é importante para melhores prognósticos. Segundo tipo de câncer mais comum do mundo, o CCE surge na camada mais superficial da pele e geralmente aparece nas regiões do corpo mais expostas ao sol, como braços, pernas, rosto e pescoço. É importante observar a própria pele e os sinais que o corpo dá: percebendo alguma alteração na face ou em qualquer parte do corpo, assim novas manchas ou pintas, vale procurar um médico especializado, um oncologista ou um cirurgião de cabeça e pescoço.
Os dois médicos responsáveis por esta cirurgia são especialistas e possuem mais de 20 anos de experiência no manuseio e planejamento de próteses.
Fontes: assessoria de imprensa, Revista Brasileira de Cancerolgia (RBC INCA) e AC Camargo