A competição esportiva para pessoas que receberam algum órgão há mais de um ano acontece em setembro e aceita inscrições até o fim deste mês
Esta será a segunda edição nacional dos jogos, que acontecem há muitos anos em outros países, e tem, inclusive, uma Federação Mundial da qual o Brasil é membro. A World Transplant Games Federation (WTGF) organiza a cada dois anos os Jogos Mundiais de Transplantados, desde 1978. O objetivo, tanto no mundo como aqui é o mesmo: comprovar a importância do transplante de órgãos, incentivar mais doações e políticas públicas que apoiem o transplante e reduzir o receio das pesssoas sobre como será a qualidade de vida de um transplantado.
A 2ª edição dos Jogos Brasileiros para Transplantados acontece em Curitiba de 01 a 04 de setembro e está aberta também a competidores de outros países da América Latina. São sete modalidades, sendo uma virtual. Participam atletas de todas as idades em provas de atletismo, corrida de rua ou caminhada, ciclismo, natação, tênis, tênis de mesa e triatlo virtual. Não existe uma qualificatória para os Jogos, a exigência é de saúde. O transplante precisa ter sido realizado no mínimo um ano antes do evento e o médico responsável deve liberar a participação em, relatório.
“Há mais de 40 anos, a Federação Mundial de Jogos para Transplantados realiza eventos esportivos internacionais e promove a educação em torno do transplante, a fim de promover o sucesso físico da cirurgia de transplante e a necessidade de conscientizar o público a aumentar a doação de órgãos. Através das nossas várias iniciativas, pretendemos destacar a importância da atividade física e estilo de vida saudável na gestão a longo prazo e bem-estar dos receptores de transplante.
World Transplant Games Federation
Os Jogos serão realizados pela Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba com acordo de cooperação técnica com a Associação Brasileira de Transplantados (ABTx). A primeira edição dos Jogos aconteceu em 2019 e reuniu cerca de 60 atletas transplantados, de 7 a 73 anos de todas as regiões do País. Em razão da pandemia os Jogos ficaram dois anos suspensos e agora, em 2022, voltam a acontecer na capital paranaense. Os próximos jogos mundiais, também adiados por este motivo, serão realizados em abril de 2023, na Austrália.
Edson Arakaki, presidente ABTx e também atleta transplantado, ressalta a importância do evento para chamar a atenção sobre a doação de órgãos e tecidos, e ainda mostrar às pessoas que é possível ter uma excelente qualidade de vida após o transplante. “Temos que falar cada vez mais sobre a doação de órgãos e tecidos, que é um assunto importantíssimo para ser conversado em toda família. Além disso, para nós transplantados, o esporte significa qualidade de vida. O esporte é saúde e para quem fez transplante não é diferente. Podemos e devemos praticar”, comenta.
Em 2016, um grupo de esportistas [brasileiros] que participou dos Jogos Mundiais para Atletas Transplantados (WTG), consciente da ação benéfica da atividade física na recuperação e qualidade de vida do transplantado e do poder do evento em estimular a doação de órgãos, acreditou que poderia fazer muito mais pelo transplante de órgãos e tecidos no Brasil, se além de participar dos Jogos, se organizasse e atuasse de forma associativa. Nasceu assim a ABTx, Associação Brasileira de Transplantados, uma organização que se expandiu para vários estados do Brasil e incorporando transplantados de diferentes órgãos.
Associação Brasileira de Transplantados
São muitos os benefícios da atividade física para pessoas que receberam transplante. Entre eles, aspectos emocionais, como a melhora na autoestima, diminuição da depressão, estresse e cansaço, além do aumento da disposição. E ainda, fisicamente, o combate ao excesso de peso, o fortalecimento do sistema imune, a melhora da força e resistência muscular, o fortalecimento dos ossos e das articulações e a diminuição do risco de doenças cardiovasculares.
Sobre as provas
Os Jogos para Transplantados serão divididos em categorias por faixa etária, sendo que juniores (sub-17) e crianças (sub-13) competem sem divisão por gênero. Não há eliminatórias nas competições de Natação e Atletismo, portanto se houver mais de oito inscritos na mesma faixa etária, serão organizadas baterias. Para os menores são duas modalidades Nado Livre 25m e o Pentatlo Infantil, que inclui Lançamento de pelota (250g), Lançamento de dardo (dardo plástico sem ponta, adaptado – 70cm/300g), 50m rasos, Salto em distância e Corrida de agilidade (25m entre cones).
Os atletas sub-17 tem provas de atletismo (corrida 100m, 200m, 400m e 800m), natação (livre 50m e 100m, peito 50m e 100m e costas 50m e 100m), tênis e tênis de mesa. Os adultos estão divididos em três faixas etárias, masculino ou feminino: 18 a 35 anos, 36 a 49 anos, e 50 anos ou mais. Eles poderão optar por competir em até 5 provas nos os Jogos. No atletismo são as mesmas distâncias de corrida dos sub-17 e há ainda Corrida de Rua ou Caminhada de 5 km. Ciclismo em velódromo de 20 km. Tênis e tênis de mesa apenas a categoria simples. Na natação as provas são Livre 50m, 100m e 400m, Peito 50m e 100m, e Costas 50m e 100m. Já o triatlo virtual será composto por provas de corrida, ciclismo e natação.
As regras para todas as modalidades são oficiais e seguem as diretrizes das Federações Internacionais, disponíveis nos respectivos sites (os links podem ser encontrados no regulamento da competição).
Inscrições Até dia 31 de julho (domingo). Regulamento e fichas: www.jbtxcuritiba.com.br É obrigatório enviar formulário preenchido e assinado pelo médico responsável pelo acompanhamento do transplante, autorizando a participação.
A doação de Órgãos e Tecidos
Segundo a Associação Brasileira de Transplantados, menos da metade das famílias brasileiras autorizam a doação de órgãos de seus parentes falecidos. No Brasil somente parentes podem autorizar a doação, que deve ocorrer após a constatação de morte encefálica, que é a interrupção irreversível das funções cerebrais. Um único doador pode salvar mais de dez pessoas doando diferentes órgãos e tecidos. Há alguns tipos de doação que podem ser realizadas em vida, como a de medula.
Antes da pandemia da Covid-19, a cada um milhão de brasileiros, apenas 18 eram doadores. O número caiu para 16 pmp (doadores por milhão da população). Em 2019, a fila de espera por órgãos estava em aproximadamente 38 mil pessoas. Hoje, de acordo com a ABTx, o número aumentou cerca de 30%, chegando a quase 50 mil pessoas à espera de um transplante. De acordo com dados do Ministério da Saúde, as cirurgias de córnea e rim reúnem o maior número de pacientes na espera.
Saiba mais sobre Transplantes e esporte para transplantados nos links
Associação Brasileira de Transplantados – https://www.abtx.com.br/
Jogos Brasileiros para Transplantados https://www.jbtxcuritiba.com.br/
Federação Mundial de Jogos para Transplantados (WTGF) https://wtgf.org/
Jogos Mundiais para Transplantados https://worldtransplantgames.org/
A 2ª edição dos Jogos Brasileiros para Transplantados conta com o apoio de Instituto #deixevivo, Instituto Sou Doador, Instituto Gabriel, Instituto Sangue Bom, Liga atletas tx, Se Mexe Tx.