Artigo: Para problemas de memória, uma dose de riso

imagem das mãos de uma pessoa, aparentemente um homem adulto, escrevendo à caneta em algumas folhas, são vists as mãos e parte dos braços com camisa de mangalonga azul clara. a mão direira escreve com a caneta e a esquerda está apoiada segurando os papéis.
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por Viviane Oliveira de Melo

Rir é o melhor remédio? Evidências científicas indicam que sim, rir é um excelente remédio e não precisa ser o riso espontâneo. É possível realizar a ioga do riso – exercícios forçados de risos.

Estudo publicado em fevereiro deste ano pelos pesquisadores da Universidade de Chittagong em Bangladesh, Shahinoor Rahman e Farida Binte Wali, demonstra que exercitar o riso duas vezes por semana, dentro de um período de oito semanas, produz efeitos diretos no sistema nervoso central, melhorando a capacidade da memória de trabalho. A memória de trabalho é a que nos possibilita manter e manipular informações, sendo essencial nos processos de entendimento linguístico, raciocínio, planejamento, resolução de problemas e aprendizagem. No quesito aprendizagem, sua importância supera inclusive o QI, quociente de inteligência.

No estudo mencionado, 30 pessoas — 10 homens e 20 mulheres — foram divididas em dois grupos, um teste e outro controle, cada um com 10 mulheres e 5 homens, dentro da faixa etária média de 20 anos. Primeiramente, os dois grupos foram testados em suas capacidades de memória de trabalho viso-espacial e verbal. O grupo teste foi submetido a sessões de ioga do riso durante oito semanas, com sessões duas vezes por semana. Ao final das oito semanas, os testes foram aplicados novamente nos dois grupos. Os resultados demonstraram que o grupo participante das sessões de ioga do riso teve sua capacidade de memória de trabalho melhorada.

Uma das possíveis causas para esses efeitos é a liberação do neurotransmissor dopamina. A dopamina responsável por sensações de bem-estar, relaxamento, é capaz de aliviar a dor, além de possuir associação conhecida sensível com os circuitos da memória e no controle dos movimentos. Baixa concentração de dopamina possui relação direta com a doença neurodegenerativa Parkinson, assim como a doença psiquiátrica esquizofrenia.

Novos estudos devem ser conduzidos pela equipe com grupos maiores e em faixa etária mais ampla, reavaliando os efeitos do ioga do riso sobre a memória de trabalho em pessoas com idade mais avançada.  E assim observar a liberação de dopamina por este mecanismo nessas pessoas.

Infelizmente como todo remédio, o riso também possui contraindicações, sendo estas: hérnias, cirurgia recente, doença cardíaca crônica, doença renal, doenças intestinais obstrutivas e algumas doenças psiquiátricas. Com tudo, todas as demais pessoas podem e devem aproveitar os seus benefícios. Então, fica o convite: bora melhorar a memória com boas risadas?

Sobre a autora: Viviane Oliveira de Melo é especialista em Neuroaprendizagem e Psicomotricidade, tutora dos cursos de especialização em Neurociência do Centro Universitário Internacional Uninter.

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