Quase metade dos adolescentes sofre para tomar vacina

imagem de um profissional de jaleco branco, com estetoscópio no pescoço segurando uma agulha
(imagem divulgação /pexels)

O medo de agulhas e de tomar vacina é comum entre pessoas de todas as idades e tem até um nome: aicmofobia.

O medo de agulhas, ou de objetos muito ponteagudos, chamado de aicmofobia, tem reflexo direto no momento da vacinação. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), 40% dos adolescentes passam mal nestes procedimentos. A Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) endossa essa informação e acrescenta que cerca de uma em cada dez pessoas sofrem em algum nível com o receio de agulhas.

É importante que os pais e responsáveis entendam que não se trata de frescura o sentimento de pânico e choro. Muitas vezes não se tem informação de quando a aicmofobia começou, mas é preciso entender e pesar a reação entre o apoio e a necessidade de vencê-la. Estes adolescentes e quem os acompanha para a vacinação ou exames muitas vezes já passaram por algum desconforto ou olhar de reprovação na sala de espera do laboratório ou posto de vacinação.

A aicmofobia é uma patologia que pode ser minimizada ainda na infância, com medidas paliativas e muita conversa antes e no momento da vacinação. O simples passar dos anos não atua sobre esta condição, portanto, pode ser bastante contraindicado confrontar os adolescentes falando de idade. Comparações com “crianças pequenas corajosas” também não são uma boa ideia.

“É muito importante gerar na criança uma consciência maior sobre a saúde e o bem-estar dela e de todos que a cercam”, explica a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Kátia Oliveira. Ela explica que, caso seja feita uma má condução, a criança pode crescer com um trauma crescente, fazendo com que sinta ainda mais dificuldade em lidar com a situação da vacinação na vida adulta.

Kátia reforça que “é importante diminuir o pavor com muita conversa e nunca colocar a vacina como uma punição”. Uma dica que vale tanto para os pequenos, como para adolescentes e adultos que tenham medo de injeção é usar algumas distrações. Pode ser brinquedos, vídeos e algum objeto com música, ou mesmo o celular: tudo que prenda a atenção pode contribuir muito para minimizar o medo.

Especialmente para os menores, conversar sobre a importância da vacinação e como ela nos protege é bastante indicado. A enfermeira comenta inclusive ser uma boa ideia contar de doenças que foram extintas pela vacinação. Outra orientação importante é nunca demonstrar pena. Frases como “tadinho”, “seja forte”, “é difícil, mas…”, podem criar ainda mais medo.  

Apesar de estar em desuso, ainda há quem “eduque” colocando algum medo. Sem entrar no mérito (ou demérito) da questão, apenas evite relacionar estes momentos com a vacina – “se não comer tudo vai tomar injeção”. Isso só potencializa o medo. E sempre esteja ao lado oferecendo carinho e atenção, seja qual for a idade da pessoa com aicmofobia.

Para saber mais sobre a Sociedade Brasileira de Imunizações, acesse sbim.org.br