Fogos de Artifício: um barulho dispensável

proteção contra fogos de artifício, cachorro da raça border collie com um fone de ouvido azul no pescoço, olhando para a câmera
Proteção contra o incômodo dos fogos de artifício (imagem Freepik)

Muitos humanos, mas também os pets, são bastante afetados pelo barulho dos fogos de artifício, algo que não controlamos, mas pode ter danos amenizados

Pensando em nossos amigos animais, especialmente cães e gatos, a médica veterinária Farah de Andrade, da DrogaVet, dá algumas explicações sobre esse impacto dos fogos de artifício, além de sugerir algumas medidas que podem ser tomadas. É sempre bom lembrar que cada bichinho, como cada ser humano, é único. Cada um tem sua história e suas particularidades, então não há uma receita precisa para todos, mas sugestões que podem ser experimentadas.

Em primeiro lugar é importante entender a questão do som, em si. Cada ruído possui frequencia e timbre distintos, além é claro do volume, ou intensidade. Seres vivos possuem diferentes características de audição. É importante notar, que ao longo da vida, a capacidade de audição de sons com diferentes frequências (altura) se altera. De uma forma genérica, vamos falar no ser humano ‘médio’. Ele escuta sons entre 20 e 20.000Hz, do mais grave ao mais agudo. Já os animais, tem a capacidade de escutar sons ainda mais graves e outros bem mais agudos, entre 10 e 45.000Hz. Quando filhotes os animais escutam barulhos mais agudos ainda, calcula-se que os gatos mais novos chegam a ouvir até 100.000Hz.

Os bichinhos costumam também ter uma sensibilidade maior aos volume destes sons, ficando mais incomodados com barulhos mais altos. Há uma explicação mais complexa, que não caberia agora, sobre como e porque eles também escutam os barulhos antes de nós. E épor isso que todos os tutores precisam estar atentos e serem acolhedores em momentos em que existe uma probabilidade maior de sons muito intensos. A Copa do Mundo será um destes “momento’. Fogos de artifício podem causar desde problemas comportamentais e emocionais, como medo que pode induzir a posturas agressivas ou tentativas de fugas, mas também questões fisicas de saúde.

Existem registros de laceração dos tímpanos, ataque cardíaco e convulsões. Na tentativa de se proteger do som que incomoda, a automutilição também já foi registrada. Especialmente cãezinhos com alguma comorbidades devem ser poupados. A médica veterinária Farah de Andrade, dá um conselho aos tutores que estão em cidades em que as queimas de fogos com estampidos já são proibidas. Eles também devem tomar cuidados, já que, infelizmente, não é toda a população que cumpre as regras.

Adaptações e experiências sobre fogos de artifício

Segundo a veterinária, tentar habituar os pets a sons altos é uma boa alternativa. Esse hábito deve ser instituído aos poucos, para ser uma adaptação natural. A sugestão é colocar música para o pet ouvir frequentemente e aumentar o volume aos poucos. Também é importante associar o momento a algo que o pet goste, como brincadeiras, carinho e petiscos. Se houver um estouro de rojões ‘desgarrado’, é interessante aproveitar! Não se deve, por exemplo, abraçar muito forte, como em uma postura de proteção, mas sempre deixar transparecer a “positividade do momento”.

A médica comenta que existem medicamentos fitoterápicos e florais de Bach próprios para os pets. “É importante consultar um médico veterinário para que ele indique o medicamento mais adequado e a dose correta para o pet, de acordo com o seu peso e as suas condições de saúde. O ideal é iniciar o tratamento com pelo menos uma semana de antecedência ao episódio de queima de fogos”. Valeriana, Kawa-kawa, passiflora, L-triptofano e melatonina são algumas opções naturais para a prevenção e podem ser manipuladas em formas mais palatáveis para ser mais tranquila a hora de medicar!

Durante a queima de fogos

Ainda que tenha sido feita toda a preparação para o momento, como cada indivíduo é diferente do outro, é muito importante que o pet não esteja sozinho nessa hora. Mesmo aqueles que em ocasiões anteriores mostraram tranquilidade, também devem ser observados e estar acompanhados. Caso ocorra, no momento do desespero, os animais são capazes de pular janelas e muros ou passar por espaços que não conseguiriam normalmente. “Cão preso na coleira e guia, nem pensar. O risco de se machucar gravemente é ainda maior”, afirma a veterinária.

O ideal é que o animal fique dentro de casa, junto com o tutor, para ficar mais tranquilo e se sentir seguro. Fechar portas, janelas e cortinas, ajudará a abafar o som. O som de músicas clássicas e relaxantes, além de amenizar o barulho externo, ajuda a tranquilizar os pets. A veterinária conta que a quantidade casos que chegam a seu conhecimento é grande e para ajudar niusso, a DrogaVET cirou uma playlist ‘calmante’ no Spotify, para ajudar neste momento (neste link).

Veja também a matéria que publicamos sobre este assunto, com indicações da veterinária Adriana Souza dos Santos, clínica geral da AmahVet, falando especialmente sobre o ambiente no momento da queima de fogos (neste link).