Otite dói nos cães como dói em nós!

veterinário examinando ouvido de um cachorro branco e marrom com um otoscópio. uma segunda pessoa ajuda segurando a cabeça do animal.

A doença, que tem grande incidência no verão, é um dos problemas mais frequentes na clínica de pequenos animais

Quem já teve dor de ouvido deve saber do que estamos falando. As otites, inflamações do conduto auditivo, acontecem nos cães também como nos humanos, podendo afetar as ‘três partes’ de nosso sistema auditivo: a externa, a média e a interna. A umidade nas orelhas é um dos fatores que podem levar a uma otite nos cães, mas não é por isso que o tutor vai impedir que seu cão encontre com os amigos de dê aquelas farejadinhas na orelha do outro!

A otite nos cães, assim como acontece nos humanos, é responsável por muita dor e desconforto. Quase sempre ela acontece devido à proliferação de fungos, ácaros ou bactérias no conduto auditivo dos cães, mas fatores genéticos e ambientais podem favorecer seu aparecimento. A médica-veterinária gerente de produtos pets da Ceva Saúde Animal, Fernanda Ambrosino, enumerou algumas informações que são importantes para todos que gostam de animais.

Sobre as regiões do sistema auditivo dos cães, ela explica que a orelha externa é responsável por coletar o som no ambiente e levá-lo, por meio de um canal, à orelha média. Ela é, basicamente, a orelha como enxergamos – tecido cartilaginoso coberto por pelos – e o canal auditivo, que é responsável por levar o som até os tímpanos. [Diferente desta parte da anatomia humana, o canal auditivo é mais produnfo e tem mais curvas, o que influencia diretamente com a capacidade auditivia ampliada dos animais].

A orelha média tem uma composição básica semelhante à nossa. Ela começa em uma membrana chamada de tímpano, que isola uma pequena câmara de ar com três ossículos – martelo, bigorna e estribo e a trompa de Eustáquio. É a vibração do som na membrana, conduzido nos pequenos ossinhos que inicia ‘a magia da audição’. Já na orelha interna ficam a cóclea, que é o órgão responsável por receber essa vibração e transformá-la em uma informação que chamamos de audição, além do sistema vestibular, que auxilia na manutenção do equilíbrio.

A médica-veterinária explica que cachorros com as orelhas grandes e pendulares (caídas) têm mais chances de ter otites, porque ao tampar a entrada do conduto auditivo elas acabam abafando aquele ambiente, o que facilita a manutenção da umidade, deixando um ambiente perfeito para a proliferação de fungos e bactérias. Mas aqueles com orelhas curtinhas e pontudas apesar de terem menos risco pelo motivo da ventilação, tem uma menor proteção contra a entrada de água, sujidades e outras impurezas. A ocorrência é menos frequente, mas acontece.

Fernanda Ambrosino lembra que “a conduta de tratamento pode variar de acordo com a região acometida, por isso é importante o diagnóstico preciso do médico-veterinário”. Ela ressalta que é importante seguir o tratamento para evitar que o problema se torne recorrente. “Otites de repetição quase sempre passam a ser otites internas causadas pelos microrganismos que criaram alguma resistência ao medicamento utilizado previamente no tratamento. Nestes casos, o tratamento precisa ser feito com bastante rigor, para evitar que o quadro piore”, finaliza.

Atenção redobrada para as raças Cocker Spaniel, Buldogue, Chihuahua, Teckel, Basset Hound, Golden Retriever, Dachshund, Labrador e Pastor Alemão, que podem apresentar maior propensão às otites.

Estamos na época do ano em que as otites são mais frequentes. “O calor e a umidade típicos desta época do ano na maior parte do Brasil contribuem para que os casos de otite ocorram mesmo nos cães que não frequentam praias ou piscinas, por isso o tutor precisa estar atento a qualquer sinal de incômodo, coceira ou balançar frequente de cabeça, vermelhidão ou mau cheiro na região das orelhas”, alerta a veterinária.

Ela acrescenta que cães alérgicos também sofrem mais com a otite. “Muitas vezes, os microrganismos causadores da otite, como fungos, bactérias e ácaros, já habitam naturalmente a pele do cão e, quando ocorre algum desequilíbrio na imunidade do pet, eles se proliferam de maneira oportunista, acarretando a infecção”.

Cuidar bem das orelhas dos pets é um gesto de cuidado e de amor, por isso é muito importante ter certeza de que elas estarão protegidas durante o banho para evitar a entrada de água no conduto auditivo, realizar a limpeza externa da orelha com ceruminolíticos específicos para os pets na periodicidade recomendada pelo médico-veterinário, e nunca remover os pelos que estão presentes nas orelhas dos cães, pois eles auxiliam na barreira protetora do conduto auditivo.

Sobre a Ceva Saúde Animal: multinacional francesa, presente em mais de 110 países, foca sua atuação na produção e comercialização de produtos farmacêuticos e biológicos para animais de companhia e produção. Mais informações em: www.ceva.com.br