Fevereiro Laranja: combate à leucemia

vários tubos com amostras de sangue para exame de compatibilidade de medula óssea.
(reprodução internet)

Campanha de conscientização sobre a leucemia e incentivo à doação de medula acontece oficialmente no Estado de São Paulo ao longo do segundo mês do ano desde 2019

A leucemia é um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos do sangue, aqueles que são responsáveis pela defesa do organismo. A doença causa o crescimento acelerado e anormal destas células do sangue, desde a medula, órgão responsável pela produção do nosso sangue. O diagnóstico precoce, como em todos os tipos de câncer, aumenta as chances de cura. Existem sintomas que podem ser perceptíveis, como anemia, cansaço e fadiga, assim como infecções persistentes, além de outros sintomas detectados nos hemogramas – exames de sangue bastante comuns em checkups.

Após a suspeita, levantada por alterações no hemograma, o diagnóstico de leucemia pode ser feito por meio de novos exames, mais específicos, de bioquímica, de coagulação e exames de medula óssea. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), existem mais de 12 tipos de leucemia, que podem ser classificadas de acordo com a velocidade em que evoluem (aguda ou crônica) e ainda de acordo com o tipo de glóbulo branco que elas afetam: linfoide ou mieloide.

O tratamento da leucemia varia de acordo com suas características e fase em que foi diagnosticada, podendo incluir quimioterapia, transplante de medula óssea, imunoterapia e radioterapia. Dr. Geovanne Mauro, radio-oncologista do InRad, explica o benefício desta última técnica: “Contamos com a radioterapia em duas situações especiais: no controle de leucemias que atingem o sistema nervoso central ou com grande risco de atingirem e no condicionamento de pacientes que serão submetidos a transplante de medula óssea.” Ele acrescenta que a radioterapia pode ser associada ao tratamento para melhorar os resultados dos transplantes.

A importância da doação de medula óssea

O Brasil tem terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo – são mais de 5,5 milhões de doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). No entanto, a compatibilidade não é uma coisa simples. Existem pessoas que ficam anos a espera de um doador, assim como doadores que ficam anos a espera de um receptor compatível (lembre nesta matéria). Segundo dados de 2022, existem em média 650 pacientes esperando por um doador – quando alguns conseguem, outros já estão entrando nesta espera. Ampliar a rede de voluntários é fundamental e para isso, conhecer o procedimento pode eliminar diversas crenças erradas.

A doação é uma espécie de compartilhamento de medula, sem riscos para o doador. Em cerca de duas semanas a um mês a medula já terá se reconstituido naturalmente. “A doação é um ato de empatia, do qual você oferece a sua contribuição e não fica sem. É um ato de compartilhamento de vida.”, enfatiza Dr. Geovanne Mauro.

Existem protocolos atualizados para ser um doador. Novos voluntários devem ter entre 18 e 35 anos de idade, além de, claro, estar em bom estado geral de saúde. Veja todas as possibilidades, além das restrições, na página do INCA (neste link). Através dela, também, é possível localizar o hemocentro mais próximo para realizar o cadastro, que é nacional.

Sobre o InRad – O Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo é um centro de excelência em pesquisa, diagnóstico e terapias por imagem.