Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo

garrafa de vinho deitada
Imagem de Markus Spiske por Pixabay

IPC Maps aponta uma nova curva ascendente no consumo de álcool no Brasil, mas o volume ainda se mantém abaixo do registrado antes do periodo da quarentena pela pandemia de Covid-19

O Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, 18 de fevereiro, foi instituído para alertar a população sobre o perigo do vício na bebida alcoólica, bem como nos riscos de beber em exagero, mesmo quando é configurado o vício. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano morrem mais de três milhões de pessoas em decorrencia do mau uso do álcool. Os dados são de 2019. O álcool pode matar diretamente, pelo surgimento de diversas doenças, ou ser causador de mortes em acidentes de trânsito, acidentes domésticos ou episódios de violência.

Dados do IPC Maps, especializado em potencial de consumo brasileiro, indicam uma retomada no consumo de álcool no Brasil, de uma forma geral. Os patamares, no entanto, ainda se encontram abaixo do identificado no levantamento de 2019. Comparando-se os dois últimos anos completos, houve um acréscimo de 10,5% no consumo das famílias brasileiras: foram cerca de R$28,2 bilhões gastos em 2022, contra R$25,5 bilhões em 2021. Quando a análise divide a população por classe social, a fatia mais rica teve um aumento no consumo muito acima desta média: 26,5% no período.

O alcoolismo é um problema de saúde publica, levado a sério no Brasil, mas ainda longe de ser controlado. Estima-se que 15% da população entre 18 e 29 anos deseja dependente de álcool. O problema do consumo na infância e adolescência também é grande. Para tentar controlar este quadro, desde 2011, no Estado de São Paulo, é proibida por lei a venda de bebidas para menores de 18 anos. É proibida também pela mesma Lei 14.592, a oferta, fornecimento, entrega ou permissão para o consumo, mesmo que de forma gratuita e na presença dos pais.

Os números do IPC Maps sobre o potencial de consumo de álcool no Brasil mostram um equilíbrio entre o que acontece no Brasil como um todo e no estado de São Paulo nos dois últimos anos. Se o percentual nacional foi de 10,5%, no Estado de São Paulo ele foi de 10,74%. Focando-se apenas a capital, o crescimento foi um pouco menor: 9,86%. Em números absolutos, o consumo paulista em 2022 foi de R$7,46 bilhões ainda bastante abaixo dos R$8,47 bilhões consumidos em 2019. Já os paulistanos estão retomando mais rapidamente este consumo. Foram consumidos na capital R$2,11 bilhões em 2022, contra R$2,34 bilhões em 2019.

Existe uma curva ascendente nítida, nos números gerais de consumo. Os números totais do Estado de São Paulo mostram um consumo de cerca de 8,5 bilhões de reais em 2019, pré-pandemia. No primeiro ano, quando estávamos em quarentena e sem vacina, este consumo caiu em 3 bilhões de reais, fechando pouco acima do 5 bilhões e meio em 2020. Houve uma retomada de crescimento em torno de 1 bilhão de reais em cada ano seguinte. Segundo o responsável pelo estudo da IPC Marketing Editora, o setor deverá crescer ainda este ano, mas de forma moderada.

Segundo Marcos Pazzini, “apesar da procura por bebidas alcoólicas estar muito ligada aos hábitos de consumo de parte da população — principalmente a mais jovem, que vincula diversão ao álcool—, o rendimento do trabalhador não acompanhou a variação da inflação e, portanto, a expectativa é de que outras categorias econômicas aumentem a participação no orçamento familiar em 2023”. É importante lembrar que o estudo reflete números do mercado, sem juízo de valor ou diferenciação sobre quem sofre de alcoolismo e precisa buscar ajuda, e aqueles que têm um consumo moderado de álcool.

Sinais de alerta sobre o alcoolismo

A relação abaixo, publicada pelo Hospital Santa Mônica, indica situações que podem estar ligadas ao alcoolismo, ou ao início dessa condição. Ao se identificar, o ideal é buscar ajuda! 
- beber para reduzir o estresse;
- beber para aliviar o tédio;
- beber no horário de trabalho sem uma situação social;
- preocupar-se constantemente em comprar bebidas alcoólicas e manter um estoque em casa;
- falhar em algumas responsabilidades para beber ou porque abusou da substância nos dias anteriores;
- ficar estressado ou agitado quando alguém aborda o tema e questiona a quantia de bebida consumida;
- ter prejuízo devido às decisões feitas sob efeito da substância;
- ter sintomas de abstinência (ansiedade, tremores, batimentos acelerados ou alucinações);
- ter tentado parar de beber ou reduzir a quantidade de consumo previamente, mas não conseguir.

fontes: Hospital Santa Mônica (link), IPC Maps, OPAS e ALESP (link).

Sobre o IPC Maps
Publicado anualmente pela IPC Marketing Editora, empresa que utiliza metodologias exclusivas para cálculos de potencial de consumo nacional, o IPC Maps destaca-se como o único estudo que apresenta em números absolutos o detalhamento do potencial de consumo por categorias de produtos para cada um dos 5.570 municípios do País, com base em dados oficiais, através de versões em softwares de geoprocessamento. Este trabalho traz múltiplos indicativos dos 22 itens da economia, por classes sociais, focados em cada cidade, sua população, áreas urbana e rural, setores de produção e serviços etc., possibilitando inúmeros comparativos entre os municípios, seu entorno, Estado, regiões e áreas metropolitanas, inclusive em relação a períodos anteriores. Além disso, o IPC Maps apresenta um detalhamento de setores específicos a partir de diferentes categorias.

Para lembrar o histórico da pandemia de Covid-19 (SARS-CoV-2), veja artigo publicado pela OPAS – Organização Panamericana de Saúde (link)