Busão das Artes traz ciência ao Ibirapuera

imagem do ônibus (que parece um caminhao bau) em tons de rosa, estacionado transversalmente em um local aberto.
Busão das Artes estará no Parque do Ibirapuera de 10 de agosto a 07 de setembro (foto divulgação)

Exposição itinerante chega à região de Moema mostrando o mundo microscópico através de obras de arte contemporânea, dentro de um ônibus de 15 metros

O propósito do Busão das Artes é ampliar a compreensão do público sobre o universo, o corpo humano, as bactérias (tanto as benéficas quanto as perigosas) e a relação dos indivíduos com o meio ambiente.

O Busão das Artes é, na verdade, um caminhão bau, adaptado como ‘galeria de arte’, com obras de artistas contemporâneos que apresentam o mundo microscópico das ciências e do meio ambiente. A mostra foi inaugurada no ano passado no Rio de Janeiro, passou pelo Horto Florestal aqui em São Paulo e chega nesta hoje, quinta (10) ao Parque do Ibirapuera.

O projeto é composto por oito obras de arte (veja quadro abaixo), em duas vertentes: uma científica, abordando temas relacionados ao organismo humano e outra ambiental, que trata das bactérias e seu papel no ecossistema. Ele tem curadoria de Marcello Dantas, especialista em projetos imersivos na fronteira entre a arte e a tecnologia, em parceria com o físico e Doutor em cosmologia, Luiz Oliveira.

Luiz Oliveira comenta que o eixo que guia a mostra é o conceito de diversidade: “Na primeira etapa, apresentamos a diversidade interna que nos constitui, tratando de nossa bioflora ao falar de fungos e bactérias. Na segunda, abordamos a diversidade do mundo externo e tudo que assimilamos dele. Vamos pensar criticamente sobre a prática de retirar e processar elementos do meio ambiente, devolvendo a ele os resíduos deste processamento”.

A vida vem da luz invisível — Os povos que moram no nosso corpo” é a obra de Jaider Esbell (1979-2021), indígena da etnia Macuxi, e mostra a interação entre fungos e bactérias – uma das mais antigas colaborações e competições da natureza.

“Merde Essenciel” foi criada por Piero Manzoni (1933-1963) e fala sobre o destino das fezes na Natureza, ao tornarem-se um ambiente de nutrientes e bactérias que impulsionam novas vidas enquanto preservam sua identidade biológica.

“Como conversar com árvores”, de Ricardo Carvão, é composta por esculturas de materiais reutilizados que mostram como as substâncias atravessam e se transformam dentro de cada célula do corpo, bem como nas árvores.

“Polonizando ideias” é a de Ricardo Siri, que traça um paralelo entre os humanos e as abelhas a partir da biologia e da essencial arte de polinização, permitindo que o ciclo reprodutivo das flores seja completado.

“Curiosar”, de Suzana Queiroga, traz uma experiência tridimensional dos corpos se entrelaçando com camadas de culturas bacterianas em escala humana.

“Umbigos” é a mostra de Vik Muniz, com a mais completa biometria de um ser humano: a microflora do umbigo (mais identitária do que qualquer outra forma de tornar o indivíduo único).

“Sesmaria Soundsystem”, de Vivian Caccuri, é um sistema de som modelado puramente a partir de rapadura obtida da cana-de-açúcar, reinterpretando derivados da cana em mídia de reprodução de som que ecoam barulho das folhas da cana, das queimadas e dos insetos que gravitam em torno do material.

 “Pikaia” é a instalação de Walmor Corrêa, que oferece a imagem do beijo imaginário da Pikaia gracilens - animal marinho extinto que viveu há 505 milhões de anos, no período Cambriano na forma de cartazes e adesivos.
Busão das Artes no Parque do Ibirapuera
Exposição aberta em períodos de 4 dias:
10 a 13, 15 a 18 e 24 a 27 de agosto, e ainda:
29 de agosto a 1 de setembro, e 04 a 07 de setembro. 
Sempre das 9h às 17h.
Informações sobre agendamentos em busaodasartes.com.br