Canal Lifetime faz campanha #chegadeviolência

cena do filme paixões assassinas, com o protagonista masculino com a mão ensanguentada no vidro da janela do carro
Cena de "Paixões Assassinas" que estreia dia 04 de novembro no Lifetime (divulgação)

Programação do canal terá ‘maratona’ de filmes que chamam a atenção para a temática da violência contra a mulher, nos dias 04 e 05 de novembro

Uma campanha global de combate à violência contra a mulher está sendo capitaneada pelo canal Lifetime. A emissora, com presença em diversos países, convocou uma coletiva esta semana para apresentar dados e debater o tema, com a hashtag #bastadeviolencia (#chegadeviolência). Uma das ações do canal será uma programação especial e impactante no fim de semana 04 e 05 de novembro, incluindo a estreia de um filme baseado em caso real de feminicídio.

O Senior VP de Marketing da A+E Networks para América Latina, Cesar Sabroso, apresentou números bastante preocupantes sobre a criminalidade em nosso continente. Entre cinco países destacados, em dados oficiais, o Brasil registrou mais que o dobro de feminicídios que o segundo colocado, o México, quase cinco vezes mais que a Argentina e mais que 30 vezes o número registrado no Chile (veja quadro abaixo). Segundo ele, o especial contra a violência de gênero se propõe a dar mais visibilidade ao tema e gerar conscientização.

PAÍSFEMINICIDIOS 2023Fontes
Argentina244 (Janeiro-Setembro)Observatorio de Femicidios en Argentina “Adriana Marisel Zambrano” – La Casa del Encuentro.
Brasil1.153 (Janeiro – Julho)LESFEM- Laboratório de Estudos de Feminicídios
Colombia354 (Janeiro – Agosto)Observatorio Colombiano de Feminicidios
México572 (Janeiro – Agosto)Secretariado Ejecutivo del Sistema Nacional de Seguridad Pública (SNSP)
Chile35 (Janeiro – Setembro)Ministerio de la Mujer y Equidad de Género
Estatísticas de Feminicídios na América Latina em 2023*

Carmen Larios, Senior VP de Conteudo do Lifetime comentou que o canal procura provocar reflexão e conscientização de questões como a violência contra a mulher através de sua programação. Além dos filmes baseados em casos reais, também são exibidas produções originais baseadas nessa contextualização. “Quando trabalhamos nos roteiros de séries originais, nos perguntamos “quais são os temas mais relevantes para as mulheres?” E sem dúvida a violência é uma delas”. Ela acrescenta que os debates provocados por essa programação são estendidos às redes sociais.

Entre os conteúdos da programação “basta de violência contra a mulher”, está a estreia, no sábado, 04.11, às 21h05, do filme Paixões Assassinas. O longa é baseado na história real de Ana Mejías (Clara Alvarado, La Casa de Papel), mãe e profissional lutadora pelos direitos humanos das mulheres, que foi assassinada com 23 punhaladas por seu marido, Leonardo Cabello (Orlando Delgado, Amor Secreto). Depois de tirar a vida da esposa, Leonardo justificou o ato como produto de seu amor, representando um caso de feminicídio (ou mais especificamente Uxoricídio, quando o marido mata a esposa).

A atriz Clara Alvarado comentou que o filme é bastante denso e importante. Sua personagem foi morta a sangue frio, sem chance de defesa. A atriz comenta que quando encenou, estava na pele de uma mulher forte e que ao assitir como espectadora percebeu ainda mais o impacto daquela situação: “Quando assisti, sentia a empatia por todas as mulheres que sofreram esse tipo de violência”. Ela acrescenta que “a violência não está só no assassinato, a violência está nas palavras, nos pequenos atos e é sobre isso que devemos estar muito atentas”.

A especialista em relações humanas, psicóloga Shulamit Graber pontuou no evento que é muito grave que as pessoas, especialmente na América Latina, normalizem algumas atitudes que não deveriam ser consideradas normais. Justificativas, negação e a ilusão de que todos os relacionamentos são para sempre são parte desse problema: “É comum escutar coisas como ‘não foi culpa dele‘, ou ‘não vai acontecer novamente‘, ou ainda ‘não vai morrer por isso‘.” Shulamit conta que ainda, depois de cerca de 40 anos de carreira, ainda percebe em muitos casos a postura de justificar o homem e a violência.

Segundo Shulamit Graber, a boa notícia é que as novas gerações já estão começando a entender melhor a questão da violência. Que não apenas as meninas, mas também os meninos estão sendo educados com um pensamento mais consciente sobre as relações e o respeito. Ela pontua que uma das formas de amplificar essa mensagem é o debate, como o provocado por um filme, uma série ou mensagens especifícias, como a campanha #chegadeviolência que está sendo realizada pelo Lifetime globalmente.

Programação #chegadeviolência

4/11 – sábado

16h05Um Assassino Entre Nós

17h45 – Lorena Bobbit – A mulher que castrou o marido

19h25 – O Sumiço de Kathie Durst

21h05 – Paixões Assassinas

21h50 – Sequestradas pelo pai

5/11 – domingo

17h – Inspiradora, a História de Nicola Mitchell

18h40 – Desaparecida?

21h05A Garota do Quarto 13

Acompanhe também nas redes sociais do canal Lifetime a campanha de conscientização sobre a violência contra a mulher. #chegadeviolência.

Sobre o tema, leia também Ações contra a Violência Doméstica.