Logística reversa para resolver (ao menos em parte) a questão do descarte do plástico será realizada pela quarta vez no evento mais famoso de corrida de rua do país.
Quem já participou, assistiu, ou passou pelo local de uma prova de corrida logo após sua realização seguramente percebeu uma quantidade gigantesca de copinhos plásticos no asfalto. A hidratação durante os eventos é fundamental e garante que os participantes compensem a transpiração excessiva, entre outros benefícios. Mas o meio ambiente, muitas vezes, sofre as consequencias. O corredor, justificadamente, não tem condições de ficar com os copinhos na mão e nem procurar um lixo, por isso acaba jogando mesmo no chão.
Imagine na São Silvestre, quantos copinhos de água não devem consumir os cerca de 35 mil corredores ao longo dos 15 quilômetros da prova? A resposta é: em torno de 500 mil. Felizmente, desde 2019, essa questão que incomoda muita gente tem uma resposta na corrida mais famosa e tradicional da América Latina. Foi organizada uma ação que busca não apenas recolher todo este material, mas também aplicar uma logística reversa que dá destino digno para tanto plástico.
Esta será a quarta edição da Corrida Internacional de São Silvestre com ação do Movimento Plástico Transforma. Uma equipe contratada pelo Movimento vai recolher os copinhos no chão e transportar até a cooperativa de catadores, YouGreen. Lá eles serão beneficiados, com a retirada da ‘tampinha’ de alumínio. Na sequencia, os copos serão levados para a Plastimil, onde ocorrerá a fabricação da resina reciclada e sua transformação em novos produtos, que serão doados e retornarão à sociedade.
A organização da São Silvestre tem como meta atingir resíduo zero de material plástico, ou seja, nenhum copinho vazio de água chegará aos aterros sanitários. Um dos objetivos da iniciativa é promover a destinação adequada dos resíduos plásticos gerados durante o evento, além da conscientização do público sobre a importância da reciclagem e da economia circular.
No início deste ano, os copinhos da corrida de 31 de dezembro de 2022 viraram matéria prima para confecção de 214 mesas e 420 cadeiras. Esse material foi enviado a Pernambuco, beneficiando cerca de 682 crianças de escolas públicas daquele estado. Depois da corrida de 2021, os copinhos de água coletados da São Silvestre se transformaram em 1.200 caixas organizadoras entregues a escolas públicas de São Paulo. No primeiro ano da ação, em 2019, as embalagens foram transformadas em 1.800 lixeiras, doadas para escolas públicas de Jaguariúna e São Carlos, no interior do Estado.
O Movimento Plástico Transforma é uma iniciativa do PICPlast – Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico, criado a partir da parceria entre a Braskem – maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, e a ABIPLAST – Associação Brasileira da Indústria do Plástico. Criado em 2016, tem como objetivo promover conteúdo e ações educativas que demostram que o plástico, aliado à tecnologia, à criatividade e à responsabilidade, traz inúmeras possibilidades para os mais diferentes segmentos