500 anos de Camões, na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano

desenho em preto e branco de Luis de Camões, com coroa de louros e o olho cego sem tampão.

Homenagem ao poeta português será sábado, dia 13, na abertura da Série Literária 2024, que ainda promoverá encontros para falar de Leminski e das literaturas irlandesa, africana e russa.

A Fundação Maria Luisa e Oscar Americano abre a Série Literária 2024 neste sábado, dia 13 de abril, às 10h30, com uma homenagem aos 500 anos de Luís de Camões. O evento terá a presença das escritoras Natalia Timerman e Morgana Kretzmann e dos professores Jorge Fernandes da Silveira (UFRJ) e Adma Fadul Muhana (USP).

Os curadores da série literária, Rodrigo Lacerda e Felipe Franco Munhoz, elegeram os 500 anos do nascimento de Luis de Camões para a abertura dos encontros. As palestras que acontecem ao longo do dia irão discutir sua obra a partir de diferentes perspectivas. Na ocasião, será inaugurada uma exposição sobre o poeta português, que ficará aberta à visitação até final de maio.

Esse será o primeiro evento da Série Literária 2024, que terá mais quatro encontros, em junho, agosto, outubro e dezembro, para debater Paulo Leminski, Literatura Irlandesa, Literatura Africana e Literatura Russa. Os curadores explicam que a série busca conectar o público com a sensibilidade das palavras de grandes nomes da literatura mundial.

“Para este encontro tentamos montar a programação de modo a aproximar o público contemporâneo de um autor que muita gente só lê na escola, quando lê, mas que todo mundo já ouviu falar”, afirma o escritor Rodrigo Lacerda. Nesta linha, a abertura feita pelo professor Jorge Fernandes da Silveira irá apresentar da vida e da obra de Camões, como um arco biográfico básico.

Após o almoço, a partir das 14h, a professora da área de Literatura Portuguesa da Universidade de São Paulo (USP) Adma Fadul Muhana vai aprofundar um importante aspecto do gênero épico, “o conflito interno entre o elogio da conquista e o reconhecimento das tragédias que causa”, na palestra “Entre a vitória e a derrota, o poeta”.

Em seguida, as escritoras Natalia Timerman e Morgana Kretzmann conduzem, às 15h30, a terceira parte do encontro, na qual haverá leituras de trechos de Camões. Dentro da proposta “Camões na rua”, que dá nome à parte final do evento, a dupla de ficcionistas traça uma investigação sobre a receptividade da obra do poeta clássico em relação aos leitores de hoje.

“Camões é para a língua portuguesa o que Dante é para a italiana, Shakespeare para a inglesa, ou Goethe para a alemã; um autor-base, criador e consolidador de usos linguísticos que estão por aí até hoje”, diz Rodrigo Lacerda. “Além disso, é o autor da maior epopeia escrita na nossa língua”, acrescenta.

Série Literária 2024
“Vamos falar de… 500 anos de Camões”
Sábado, 13 de abril, das 10h30 às 17h.
Av. Morumbi, 4077 – São Paulo (SP)
Ingressos a partir de R$90, pelo link: sympla/13 de abril

Programação do Encontro
10h30 – Camões, por uns versos seus tão concertados – Jorge Fernandes da Silveira
12h – Intervalo de almoço
14h – Entre a vitória e a derrota, o poeta – Adma Fadul Muhana
15h30 – Camões na Rua – Morgana Kretzmann e Natalia Timerman

Sobre os palestrantes:
Adma Muhana: doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo, foi docente da Unicamp (1997-2004) e hoje é professora titular de Literatura Portuguesa na USP, onde leciona desde 2004. Atuou como professora visitante na École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris (2012) e no Instituto Universitário de Lisboa (2017-18). Sua principal linha de investigação concerne à poética e retórica em autores dos séculos XVI a XVIII, do Brasil e de Portugal. Atualmente, desenvolve pesquisa acerca da circulação de manuscritos entre o Estado da Índia e o Estado do Brasil nos séculos XVI a XVIII, tendo já identificado um vasto campo de trocas letradas entre ambos os domínios portugueses.

Jorge Fernandes da Silveira: é Professor Titular aposentado de Literatura Portuguesa da Faculdade de Letras e Professor Emérito da UFRJ, onde doutorou-se em Literatura Portuguesa. Atualmente pesquisa, em termos históricos e imaginários, a passagem de Hannah Arendt por Lisboa, em 1941. Autor dos livros Portugal maio de Poesia 61 e O Tejo é um Rio Controverso: António José Saraiva contra Luís Vaz de Camões.  

Morgana Kretzmann: é escritora e roteirista. Trabalhou como atriz de teatro e cinema por 14 anos. Em 2021, venceu o Prêmio São Paulo de Literatura com seu romance de estreia Ao pó (Patuá, 2020). É autora do thriller ecológico Água turva, lançado pela Companhia das Letras neste ano.

Natália Timerman: é escritora, médica psiquiatra pela Unifesp, mestre em psicologia e doutoranda em literatura pela USP. É autora de Desterros – histórias de um hospital prisão (Elefante, 2017), Rachaduras (Quelônio, 2019), contos indicados ao prêmio Jabuti, e dos romances Copo Vazio (Todavia, 2021) e As pequenas chances (Todavia, 2023).

Sobre os curadores:
Rodrigo Lacerda: é escritor, tradutor e editor. É doutor pela Universidade de São Paulo em Teoria Literária e Literatura Comparada. Entre seus livros, destacam-se: O mistério do leão rampante (novela, 1995, prêmio Jabuti); O fazedor de velhos (romance juvenil, 2008, prêmio da Biblioteca Nacional, prêmio Jabuti, prêmio da FNLIJ); Outra vida (romance, 2009, prêmio da Academia Brasileira de Letras). Como tradutor, recebeu o prêmio Jabuti de Melhor Tradução de Língua Francesa, em 2009, e de Melhor Tradução, em 2011. Atualmente é editor-executivo na Record.
Felipe Munhoz: é graduado em Comunicação Social pela UFPR. Recebeu uma Bolsa Funarte de Criação Literária para escrever seu livro de estreia, Mentiras (Nós, 2016). Escreveu ainda mais dois livros: Identidades (Nós, 2018) e Lanternas ao nirvana (Record, 2022). Traduziu, do russo, a seleta de poemas de Aleksándr Púchkin O Cavaleiro de Bronze e outros poemas (Kalinka, 2022).