Dados do Ministério da Saúde divulgados no Boletim de 10 de setembro de 2024 indicam que metade dos casos foram diagnosticados no Estado de São Paulo
A MPox é uma doença causada por vírus, incialmente identificada entre animais silvestres e transmitida aos humanos. O Mpox Virus pode circular entre os humanos pelo contato próximo e prolongado, como abraços, beijos ou relação sexual. Em agosto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) para a doença, o que significa um alerta para ações coordenadae e colaborativas, mas não necessariamente uma nova pandemia.
No Brasil, há dois anos, os casos de MPox superaram os 10mil, com registo de 14 mortes. Em 2023, o número caiu para 853 casos e duas mortes. Este ano, o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde registrava até dia 10 de setembro, há uma semana, 1015 casos confirmados, sendo 533 deles no Estado de São Paulo. O segundo estado com mais casos é o Rio de Janeiro, com 224 casos, seguido de Minas Gerais (56), Bahia (40) e Distrito Federal (21). A última morte pela doença no país aconteceu em março do ano passado.
O aprendizado da pandemia de Covid deve ser usado para a prevenção de mais casos no país, já que a transmissão do virus acontece principalmente pelo contato direto ou compartilhamento de objetos. Lembre de lavar as mãos com frequencia, procure usar máscara em ambientes fechados, como o transporte público. O intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas da mpox (período de incubação) é tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. As erupções na pele geralmente começam dentro de um a três dias após o início da febre, mas às vezes, podem aparecer antes da febre.
Sintomas ligados à MPox

Cuidados para quem teve diagnóstico de MPox e também para quem está com suspeita da doença, elaborados pela infectologista do São Cristóvão Saúde, Michelle Zicker:
- Não sair de casa, exceto quando necessário para emergências ou cuidados médicos de acompanhamento;
- Contato com amigos, familiares somente em emergências;
- Não praticar atividade que envolva contato íntimo;
- Não compartilhar itens potencialmente contaminados, como roupas de cama, roupas, toalhas, panos de prato, copos ou talheres;
- Limpe e desinfete (hipoclorito de sódio ou produto alcoólico) rotineiramente superfícies e itens comumente tocados, como balcões ou interruptores de luz, usando desinfetante acordo com as instruções do fabricante;
- Use máscara cirúrgica bem ajustada quando estiver em contato próximo com outras pessoas em casa;
- Higiene das mãos (lavar das mãos com água e sabão ou uso de produto para as mãos à base de álcool) deve ser realizada por pessoas infectadas e contatos domiciliares após tocar na lesão cutânea, roupas, lençóis ou superfícies ambientais que possam ter tido contato com a secreção da lesão;
- Caso utilize lentes de contato, evite para prevenir possíveis infecções oculares;
- Evite depilar áreas do corpo cobertas de erupções cutâneas, pois isso pode levar à propagação do vírus;
- Se possível, use um banheiro separado das outras pessoas que moram no mesmo domicílio;
- Se não tiver a possibilidade de um banheiro separado em casa, o paciente deverá limpar as superfícies como balcões, assentos sanitários, torneiras com desinfetante, depois de usar um espaço compartilhado. Isso inclui: atividades como tomar banho, usar o banheiro ou trocar bandagens que cobrem a erupção cutânea. Considere o uso de luvas descartáveis durante a limpeza se houver erupção nas mãos;
- Evite a contaminação de móveis estofados e outros materiais porosos que não podem ser lavados colocando lençóis, capas de colchão, cobertores sobre essas superfícies;
- A roupa suja não deve ser sacudida para evitar a dispersão de partículas infecciosas;
- Cuidado ao manusear a roupa suja para evitar o contato direto com o material contaminado;
- Roupas de cama, toalhas e vestimentas devem ser lavadas separadamente. Podem ser lavadas em uma máquina de lavar, se possível com água morna e com detergente; não é obrigatório o uso de hipoclorito de sódio;
- Pratos e outros talheres não devem ser compartilhados. Não é necessário que a pessoa infectada use utensílios separados se devidamente lavados. A louça suja e os talheres devem ser lavados com água morna e sabão na máquina de lavar louça ou à mão;
- Pessoas com mpox devem evitar o contato próximo com animais (especificamente mamíferos), incluindo animais de estimação em casa. Em geral, qualquer mamífero pode ser infectado com mpox.
A infectologista orienta ainda que o paciente que tenha o diagnóstico de MPox confirmado deve se manter em isolamento até que a erupção cutânea esteja totalmente resolvida, ou seja, até que todas as crostas tenham caído e uma nova camada de pele intacta tenha se formado. Jamais deixe de procurar o serviço médico para orientações específicas.
Assim como aconteceu com a Covid-19 e com outras doenças infecto contagiosas, também os casos de MPox tem obrigatoriedade de notificação imediata, em até 24 horas de seu diagnóstico. A notificação deve ser realizada pelo médico ou profissional de saúde que acompanhou o caso, seja no serviço público ou privado, pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação – e-SUS Sinan.