Mostra será aberta nesta sexta, 04, e poderá ser visitada até o início de janeiro, como parte das atrações do centro cultural instalado no ‘antigo prédio do Banespa’, no centro da capital
O nome da exposição inédita Narciso – a beleza refletida, é uma referência direta à mitologia grega, em na história do jovem belíssimo que se apaixonou pelo próprio reflexo na água e passou sua vida se admirando. No espaço ambientado para a mostra no 22º andar do Farol Santander, além dos textos em que se pontua o paralelo entre o mito e o momento atual das selfies, há três momentos: uma linha do tempo do autorretrato, uma vasta coleção de autorrepresentações em quadros e três cabines espelhadas com iluminação em diversas cores em que o visitante pode produzir sua selfie especial.
A curadora Helena Severo comenta que o conceito da mostra não é tratar Narciso do ponto de vista psicanalítico, mas falar da ‘alegoria’ da beleza refletida de si mesmo. Ela trouxe a São Paulo a coleção produzida pelo casal Lucia Almeida Braga e Marcio Rebello, ao longo de mais de 20 anos, com 100 obras produzidas por artistas brasileiros comissionados, convidados a fazerem uma obra de sua autoimagem. A curadora explica que os quadros – todos com as mesmas dimensões de moldura – são auto representações feitas com liberdade, não todos como rostos ou em duas dimensões e cada um com técnicas e materiais segundo sua escolha.
Ao entrar no espaço expositivo, o visitante primeiro se depara com um grande espelho com o nome da mostra, mas que também o introduz à reflexão do olhar para si mesmo. Uma ajuda a esta reflexão está em alguns textos colocados nas paredes que falam sobre o mito e o autorretrado hoje. Uma linha do tempo resgata o que seria a história da selfie, com reproduções de fotografias que vão de Robert Cornélius, em 1839 e Anastásia Nikolaevna, aos 13 anos, em 1914, até os dias de hoje, passando por autorretrados de Frank Sinatra, Jackie Kennedy e a famosa selfie ‘coletiva’ no Oscar, chamada pela apresentadora Ellen DeGeneres, em 2014.
Narciso – a beleza refletida tem direção de arte de Marcello Dantas que dispôs a coleção de 100 obras em duas paredes despaço principal da sala e em destaque ao centro, como que apresentando a coleção, uma obra de Vik Muniz, que faz o caminho inverso da evolução histórica. Ela parte de uma técnica extremamente moderna, a fotografia em 360 graus do artista, para se esculpir um busto em mármote carrara de 600kg. Na obra, o artista está maquiado e vestido como Puck, personagem mitológico da peça Sonho de Uma Noite de Verão, de William Shakespeare.

Ao fundo, o visitante é convidado depois de ter contemplado as várias experiencias artísticas da autorrepresentação, a ter uma oportunidade ‘íntima’. Como frisa o diretor Marcello Dantas, o público encontra três cabines, em que pode se fechar sozinho, que são preparadas especialmente para fazer ‘a selfie que quiser’. A cabine produz soluções cromáticas, distorções em espelhos variados. Ele comenta que a selfie é o empoderamento de quem faz a imagem.
Ocupando a galeria do 22º andar, a mostra Narciso – a beleza refletida, sob curadoria de Helena Severo e Maria Eduarda Marques, ficará aberta ao público do Farol Santander de hoje, sexta, 04 de outubro, até o dia 05 de janeiro de 2025. A entrada está inclusa no ingresso do edifício e tem classificação livre. Entre os artistas que produziram as obras para a coleção de Lucia Almeida Braga e Marcio Rebello estão Beatriz Milhazes, Leda Catunda, Romero Brito, Siron Franco e Tomie Ohtake, entre outros.

Narciso – a beleza refletida
De 04 de outubro a 05 de janeiro de 2025
Terça a domingo, das 09h às 20h
Farol Santander, 22° andar
Rua João Brícola 24 , Centro (próximo ao metrô São Bento).
Ingressos a partir de R$20 (dá acesso a todas as mostras do Farol).
Informações e ingressos em farolsantander.com.br/sp/ingressos