Apesar dos protestos e das recomendações do Ministério Público, a prefeitura de São Paulo corta mais dezenas de árvores no (ex) corredor verde que ligava os parques do Ibirapuera à Aclimação
Dezenas de árvores do canteiro central da rua Sena Madureira já foram derrubadas. Algumas delas eram novas, outras contavam mais de dez anos de vida. Há ainda várias árvores jovens, que aparentemente serão mortas nesta sexta (08), já que as equipes munidas de facões e motosserras já estava posicionadas desde às 7h no local. Duas árvores centenárias possivelmente não serão mortas hoje já que para elas será preciso um esquema um pouco mais complexo, com interdição total da rua, possivelmente e envolvimento da ENEL para desligar a energia nos cabos pelos quais seus galhos passam.
Na quinta (07), houve detenção de manifestantes, sendo uma ativista jovem algemada e levada à delegacia e dois ativistas mais velhos – a vereadora eleita Renata Falzoni e o ex-secretário de Meio Ambiente Eduardo Jorge, retirados a força do local. As imagens da jornalista, urbanista e agora vereadora, circularam nas redes e nos noticiários, uma vez que ela foi carregada pelos braços e pernas, em uma cena triste de desrespeito.
Para a prefeitura, a obra trará fluidez no trânsito quando concluída. Para os moradores do entorno, diversos urbanistas que já se manifestaram e várias autoridades ligadas ao meio-ambiente, trata-se de um crime. Esta época do ano, inclusive, quando milhares de pássaros buscam árvores para fazerem seus ninhos e procriarem, é uma das piores para se remover árvores, quando se pensa na fauna urbana. Este ponto foi ressaltado nas recomendações do Ministério Público, divulgadas na própria quinta, mas até o momento ignorada pelo poder publico paulistano.
A prefeitura afirma que irá compensar a derrubada das árvores adultas e até das centenárias, com o plantio de 266 mudas arbóreas dentro do perímetro da obra. “O replantio deverá ser executado até o fim das obras”, diz o comunicado da prefeitura. “Como cidadã, estou perplexa. É um crime ambiental, somado a um crime urbanístico – porque esse tunel não vai resolver o problema – e um crime na área social, já que pretendem desalojar 50 famílias que moram do outro lado, na saída do tunel”, lamentou Falzoni, que além de cicloativista é também arquiteta urbanista.
Acompanhe o caso pelas várias mídias, inclusive os perfis: @salvemasenamadureira e @renatafalzoni.
Foi só acabar a eleição e o prefeito mostrou sua cara verdadeira!!