Billings faz 100 anos em meio a apurações sobre águas poluídas

iamgem da represa billings
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Inquérito que apura responsabilidades sobre a poluiçao na represa foi instaurado há cerca de 10 dias e os indícios apontam para a Sabesp como responsável

No dia que poderia ser apenas de comemorações, a represa Billings sofre com a poluição, indícios de despejo de esgoto não tratado e mortandade de peixes, além do odor e coloração da água. Está correndo na 2ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da Capital, do Ministério Público Estadual, uma investigação sobre a qualidade da água. O processo foi iniciado após a promotoria receber da Deputada Federal Tábata Amaral, da Vereadora Renata Falzoni e da advogada e moradora de Pedreira, Mayara Torres, um levantamento minuncioso sobre o caso.

Foram apresentados indícios sobre causas da poluição e mau cheiro não apenas na Billings, mas também na Guarapiranga: dois dos maiores reservatórios de água urbana do mundo. Esses indícios incluem despejo de esgoto doméstico não tratado e a presença de agrotóxicos na água. O inquérito aberto pelo MP determina a apuração da qualidade das águas nos dois reservatórios, causas da poluição, padrão de potabilidade para consumo público na cidade de São Paulo, bem como a publicização dos dados.

O documento Notícia de Fato entregue por Tábata, Falzoni e Mayara ao MP ressalta que “além de exercerem vocação de produtoras de água e meio de coleta e tratamento de esgoto sanitário, as represas Billings e Guarapiranga também fomentam a atividade econômica nas regiões onde se localizam, sendo responsáveis por garantir a subsistência de milhares de famílias que se utilizam de suas águas para a pesca, para a promoção de atividades de turismo náutico, bem como para a prática de atividades de esporte, lazer e educação ambiental e, recentemente, no caso da Billings, para o transporte hidroviário de
passageiros realizado pelo Aquático SP”.

Além da Sabesp, também a Secretaria de Saúde do Município de São Paulo foi oficiada, para prestar informações atualizadas a respeito do padrão de potabilidade da água no Município de São Paulo e sobre as substâncias que apresentaram concentração acima do valor máximo permitido (VMP) definido na norma brasileira de qualidade da água para consumo humano.

As provas foram embasadas em uma série de estudos e observações no local, que incluem os números levantados pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). O trabalho da USCS mostra a água inadequada para consumo e lazer em 100% dos pontos coletados no corpo principal da Represa Billings e em 99% dos pontos da Guarapiranga. Há também a citação de trechos dos Planos de Desenvolvimento e Proteção Ambiental dos reservatórios Guarapiranga e Billings, que apontam falhas operacionais na tubulação de esgoto, ao seu extravasamento nas represas.

Segundo apuração das parlamentares Tábata Amaral e Renata Falzoni e da ativista Mayara Torres, o vazamento do esgoto ocorre na represa, perto justamente de onde é captada a água que vai para a casa das pessoas, o que pode estar causando a distribuição de água turva e contaminante, como está sendo relatado ultimamente.