30 de março, Dia Internacional do Resíduo Zero

desenho de uma cidade com um rio, em estilo portinari
Íntegra de conteúdo enviado pela Assessoria de Imprensa do Instituto Pólis

Compostagem pode reduzir quase metade do lixo das cidades e transformar resíduos em riqueza, além de preservar o meio ambiente

Dados evidenciam que compostagem é solução simples, eficiente e sustentável para a gestão de resíduo orgânico; Criado pelo Instituto Pólis, plataforma Brasil Composta Cultiva traz informações de ações em 11 estados que promovem o fortalecimento da gestão adequada de resíduos sólidos urbanos;

Celebrado em 30/03, o Dia Internacional do Resíduo Zero foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) para promover a importância da gestão eficaz de resíduos e a transição para uma economia circular. Uma parcela significativa dos resíduos sólidos urbanos é composta por materiais orgânicos – de acordo com dados compilados pela iniciativa Brasil Composta Cultiva, do Instituto Pólis, aproximadamente 45,6% de todo o resíduo coletado no país são orgânicos compostáveis, como restos de alimentos e resíduos de jardim. Entretanto, menos de 0,3% desses resíduos são efetivamente compostados.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SINISA), apenas 2% dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil foram encaminhados para reciclagem.

A plataforma online Brasil Composta Cultiva, criada e gerida pelo Pólis, promove o acesso a informações e dados atualizados sobre ações de gestão de resíduos orgânicos que ocorrem em 11 estados brasileiros e envolvem mais de 6 mil pessoas. A iniciativa, que tem apoio do Global Methane Hub (GMH), Aliança Global para Alternativas de Incineradores (GAIA) e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), visa identificar e fortalecer os projetos existentes de manejo e reciclagem de resíduos orgânicos no Brasil.

Por meio da plataforma, gestores e técnicos municipais, cooperativas de catadoras e catadores de materiais recicláveis e profissionais do setor têm acesso a notícias, ferramentas, dados e estudos de caso bem-sucedidos no Brasil. Também é possível esclarecer dúvidas sobre a gestão de resíduos sólidos orgânicos, visando ao aumento da reciclagem e à redução das emissões de metano no setor de resíduos no Brasil.

“A compostagem é uma solução que cresce significativamente no país, mesmo que ainda com limitado apoio e investimento comparado ao aterro sanitário, por exemplo. Apenas entre 2022 e 2023, o número de unidades de compostagem no país cresceu de 76 para 118 (aumento de 55%), indicando um grande interesse das cidades”, afirma Victor Argentino, coordenador de projetos em resíduos sólidos no Instituto Pólis. “O potencial de geração de empregos também é um fator importante, gerando de 5 a 10 vezes mais empregos que o aterro sanitário por tonelada tratada, sendo também uma potencial fonte de renda para catadores e catadoras que hoje lideram a reciclagem no país”, completa Victor.

Gestão de resíduos é questão de saúde pública

Atualmente, o setor de resíduos é a terceira maior fonte de metano no mundo. No Brasil, de acordo com dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), esse setor é a segunda maior fonte, sendo responsável por 16% das emissões de metano, tanto por águas residuárias quanto pela disposição final de resíduos sólidos em aterros e lixões (10%). A destinação inadequada de resíduos para lixões ou aterros compromete a saúde pública, contamina o solo e contribui significativamente para as emissões de gases de efeito estufa.

Prejuízos econômicos

Além dos impactos ambientais, o desperdício também é econômico. estima-se que o Brasil perde bilhões de Reais por ano. Anualmente, entre R$ 1 e R$ 8 bilhões são desperdiçados pelo enterramento de resíduos orgânicos no Brasil, de acordo com informações do documento preliminar do Plano Nacional de Redução e Reciclagem de Resíduos Orgânicos Urbanos (PLANARO), que está disponível para consulta pública.

[nota editor] Infelizmente as iniciativas que conhecemos de coleta de resíduos orgânicos para fins de encaminhamento para compostagem ainda não estão em São Paulo. Vale a pena, para quem não mora na capital paulista, se informar sobre este tipo de coleta em sua cidade.