Reprodução de conteúdo enviado pela assessoria de imprensa da Mempodera
Fundada por ex-atletas do Wrestling, a Mempodera ensina a luta, inglês e busca o desenvolvimento pessoal de crianças e adolescentes desde 2018 e tem hoje uma equipe da modalidade composta por 93% de mulheres.
A luta é um dos esportes mais antigos do mundo, com registros de 15 mil anos atrás. Conhecida hoje como wrestling, no próximo dia 23 de maio comemora-se o dia mundial da modalidade. A data foi escolhida em 1904, devido ao primeiro Campeonato Mundial do esporte ter acontecido neste dia. O wrestling faz parte dos Jogos Olímpicos desde a primeira edição, mas ainda é dominado por homens. A primeira participante mulher competiu apenas em 2004, durante os jogos em Atenas, na Grécia.
No Brasil, a maior campeã de wrestling entre homens e mulheres é a atleta Aline Silva, também é a única medalhista brasileira no Mundial da competição, uma marca que atingiu em 2014 com a conquista de uma prata e se mantém até hoje.
Existem dois tipos de luta dentro da modalidade, sendo a greco-romana (único estilo que é exclusivamente disputado por homens nas Olimpíadas) e o estilo livre. O esporte é de contato, onde dois atletas têm o objetivo de deixar o adversário com as escápulas no solo. A única diferença entre as duas modalidades é que na greco-romana, não se pode utilizar os membros inferiores para se atacar ou defender, diferentemente do estilo livre.
Esporte tem potencial transformador
Além da prata no Mundial, Aline conquistou mais duas pratas e um bronze nos jogos Pan-Americanos e muitas outras conquistas, totalizando 198 medalhas. No entanto, o esporte teve um papel ainda mais profundo em sua vida, foi um agente de transformação. Mais do que resultados e pódios, a prática esportiva carrega um impacto social significativo, capaz de mudar a trajetória de pessoas e suas famílias. Ela promove benefícios emocionais, estimula o desenvolvimento pessoal e ensina lições valiosas sobre como enfrentar desafios.
A partir do que aprendeu sendo atleta de alto nível, Aline Silva quis que isso fizesse parte da vida de mais meninas e meninos. Em 2017, a Mempodera foi pensada e, desde 2018, a organização oferece aulas gratuitas de wrestling e inglês para crianças e adolescentes (entre seis e 17 anos) de Cubatão, Itariri, Pedro de Toledo (SP) e São Luís (MA). Mais de 750 jovens já passaram pela organização e tiveram suas vidas mudadas, não apenas no âmbito esportivo, mas no pessoal. Em 2024, a meta de 192 beneficiários foi alcançada e o número ultrapassou o total de 200.
“Quando a gente proporciona um ambiente de luta só para meninas, elas se sentem muito mais confortáveis de estarem nesse ambiente. As meninas abandonam o esporte muito mais cedo do que os meninos, então eles acabam tendo um conhecimento motor maior só pelo fato de serem mais incentivados. Ao oferecer esse espaço para elas, estamos realizando uma ação formativa desde o começo. É um lugar onde elas podem e estão seguras para questionar, demonstrar e perguntar”, destaca Mayara Graciano, coordenadora da Mempodera.
Fundada por Aline, sua mãe, Lídia Silva, e Mayara, também ex-atleta do esporte, hoje a composição da equipe da Mempodera tem 93% de mulheres, sendo que de todas as pessoas contratadas, mais de 85% são pretas ou pardas, mais de 7% pessoas trans e 35% pessoas LGBTQIAP+. Fazem parte da equipe de colaboradores, profissionais contratados e ex-participantes da organização.
Mempodera busca desenvolver atletas e suas famílias
Mais do que colocar o esporte na vida das meninas, a organização busca dar um direcionamento pessoal para cada uma das jovens atendidas. Esporadicamente, há rodas de conversa sobre os mais variados temas, como política, saúde e preconceitos. As famílias de cada participante também são beneficiadas, seja participando de atividades e oficinas com temas de interesse da comunidade ou recebendo auxílio durante ações sociais realizadas nos núcleos. Recentemente, a organização passou a atuar no maior quilombo urbano da América Latina e realiza atividades na Escola Municipal Negro Cosme, localizada no bairro da Liberdade, em São Luís (MA).
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Para realizar o trabalho, a organização não está sozinha e conta com o apoio e o patrocínio de diversas empresas que acreditam no esporte como um motor de mudança, e que auxilia na diminuição das diferenças sociais. Fazem parte da mudança, a Neoenergia, Redecard Itaú, Unipar, Vivara, B3, CMOC Brasil e Transpetro, que apoiam via Lei de Incentivo ao Esporte, o Ministério do Esporte e o Governo Federal.