Ginástica para o cérebro atrai público 60+ em Moema

uma sala de aula com carteiras e 6 senhoras sentadas, em pé junto à parede do fundoo um homem oriental e uma jovem professora.,
Mitsuru Sakaguchi e uma turma de alunas do Supera Moema.

Método Supera criado inicialmente para estudantes jovens se mostrou uma ferramenta importante para todas as idades e em nossa região faz sucesso entre os mais velhos

A unidade de Moema do Supera está completando sete anos desde sua abertura, neste mês de agosto. Ela foi a terceira franquia da rede em São Paulo e logo percebeu uma aspiração própria do bairro – o trabalho voltado ao público de mais idade. O método Supera foi criado inicialmente para crianças e adolescentes, há cerca de 15 anos, em São José dos Campos. Foi desenvolvido por um pai, em busca de ajudar o filho caçula a estudar, em parceria com uma psicopedagoga.

Apesar do publico alvo inicial ser de jovens, quando a primeira ‘escola’ foi aberta já houve uma procura do público 60+ em busca de atividades que proporcionassem exercícios o cérebro. A partir desta demanda, os idealizadores do método Supera ampliaram sua base de atuação Foram desenvolvidas novas apostilas com ‘problemas’ e outros exercícios que tivessem objetivo de trabalhar também cognição e memória, não apenas atenção e concentração. As franquias passaram a atender pessoas de todas as idades.

Unidade de Moema

Tendo sido uma das pioneira na expansão do novo conceito do Supera, a equipe da unidade de Moema recebia com frequencia um público que ainda não conhecia o método, mas tinha curiosidade. O diretor da unidade, Mitsuru Sakaguchi, comenta que muitas pessoas o procuravam com objetivos imediatos e pontuais, mas que o trabalho de ‘ginástica para o cérebro’ vai além. “Quando chega um pai preocupado em ‘salvar’ o ano do filho, eu sugiro o Kumon, porque lá ele vai exercitar o conteúdo com base em repetição”, explica. “Mas depois que o filho passar de ano, pode trazer aqui para exercitar o pensamento, aprender a ter foco e concentração para estudar. Nosso método é baseado em estímulos cognitivos”.

Mitsuru conta que hoje a maior parte dos alunos da unidade chega indicada por médicos ou terapeutas para ‘tirar o cérebro da zona de conforto’. Ele comenta que neurocientistas apontam que a memoria de longo prazo é normalmente a última a ser afetada, por isso são feitos exercícios para ampliar conexões e reforçar o acesso à informação deste tipo de memória mais longínqua. “O que se faz é, através de estimulos, manter a memória e para que a perda cognitiva não progrida“. Para o pessoal mais velho, são feitos muitos exercicios de vocabulário, porque uma das primeiras coisas que se perde, junto à memória, é justamente o “acesso às palavras”, comenta.

Como exercitar o cérebro!

São duas apostilas desenvolvidas pelo Supera, sendo uma de exercícios matemáticos que são resolvidos com o uso do ‘ábaco’, uma espécie de ‘precursor da calculadora’. “A gente faz o abaco não para fazer conta, mas para aprender a focar e ter atenção. É treino de atenção e concentração”, esclarece o diretor da unidade de Moema. A segunda apostila tem outros exercícios, em formato de ‘problemas’, em que o raciocínio e a compreensão do texto são exigidos. “Há também os exercícios de tangran, em que as pessoas são desafiadas a reproduzir uma figura, em diferentes níveis de dificuldade, além de exercícios como Sudoku e até jogos de tabuleiro modernos”.

As turmas são divididas por faixa etária com no máximo 10 alunos, que fazem uma aula semanal de 2h de duração. Em Moema, Mitsuru conta que 95% dos alunos estão na faixa etária acima de 60 anos, “talvez porque tenha muitas escolas com atividades em período integral, e atividades específicas para crianças, nesta região”. As turmas de alunos 60+ são separadas também por características dos participantes. “O método propõe a socialização e nas aulas isso é bastante trabalhado. As pessoas acabam fazendo novas amizades, durante essas duas horas”, comenta o diretor da unidade.

Além dos alunos da faixa etária mais alta, a procura que se percebe na unidade é de adultos que estão procurando desafios como concurso público. Assim como eles, também surgem muitos adolescentes em preparação para as provas do Enem e do vestibular, que precisam otimizar seu estudo e portanto se beneficiariam do método treinando o foco e a atenção. Assim como as turmas são divididas por faixa etária, também as aulas são diferentes. Há uma equipe pedagógica, que trabalha na matriz em São José dos Campos e sugere um roteiro semanal para cada faixa etária.

Como correm as aulas

Quando a turma chega, vai para a sala de aula junto com o instrutor e é feito um ‘quebra gelo’, uma conversa sobre assuntos variados que são escolhidos como o tema do mês. Nesse tempo, além de todos relaxarem do que haviam feito antes de chegar ou eventuais tropeços no caminho, é um bom prazo para que os alunos cheguem e se acomodem. As pessoas falam de suas experiências, já exercitando um resgate de memórias. Depois disso, se passa à parte dos exercícios nas apostilas, em que cada um está em seu ponto e atividade de atenção: cada um no seu rítmo.

Na hora do intervalo, acontece novamente uma grande interação, com um bate papo solto regado a um cafezinho, chá e bolachinhas, fora da sala. Na volta são realizadas as atividades que o método classifica como “exercícios voltados para certeza”, como por exemplo o sudoku. A aula termina com um jogo de tabuleiro moderno, os ‘board games’, em que todos jogam juntos. Há jogos de competição e outros colaborativos, em que a pessoa percebe o papel dela no grupo e exercita questões de empatia. Alguns destes jogos são encontrados nas lojas especializadas e outros tem versões desenvolvidas pelos fabricantes especialmente para o Supera.

Todos os instrutores do Supera passam por capacitação do método e atualizações constantes. Não existe uma obrigatoriedade de formação acadêmica específica. Na unidade de Moema, a maior parte dos instrutores tem formação em psicologia.

Sobre os resultados, os relatos que a direção da unidade Moema recebe é de um progresso visível a partir da décima-segunda aula, mas assim como a realização dos exercícios acontece no rítmo de cada um, também é esta evolução. “A gente fala para as pessoas falaram em voz alta, para ter mais concentração… e isso não atrapalha o outro, porque se estiver atrapalhando, é sinal que o outro não está concentrado suficientemente!”. Mitsuru Sakaguchi ensina que o falar em voz alta não deve ser apenas na aula: “Uma dica importante é sempre falar em voz alta o que você está fazendo, como por exemplo. ‘estou deixando a chave do carro aqui‘. Isso faz diferença”.

Ainda sobre esses resultados, ele nos adianta que além do retorno positivo por parte dos alunos, também está em andamento um estudo científico, conduzido por uma universidade, que deve atestar a validade do método. O estudo está em fase de análise de resultados e possivelmente terá suas conclusões divulgadas ainda neste ano de 2024.

Unidade Moema Método Supera
Av. Agami, 177.
Moema pássaros, entre Arapanés e Jauaperi
Funcionamento: Segunda a Sexta das 9h às 18h, e aos sábados das 9h às 13h
Contato: (11) 4801.3888 ou WhasApp (11) 96364-5754 
Instagram: @superamoema

Evento “Despertando a sociedade para a saúde do cérebro”
Será a quinta edição do evento, realizada em setembro, mês da conscientização sobre a doença de Alzheimer. A iniciativa é do SUPERA, em conjunto com a ABG (Associação Brasileira de Gerontologia). O evento acontece das 8h às 13h no Teatro Gazeta, e terá transmissão online pelo youtube do Supera.