Corrida de São Silvestre chega a sua 99ª edição

Primeiro vencedor da prova, em 1925, aos 26 anos de idade, foi o paulista Alfredo Gomes, disputando a prova pelo Clube Espéria

A Corrida Internacional de São Silvestre é considerada hoje a mais tradicional prova de pedestrianismo da América Latina. Sua primeira edição, no entanto aconteceu apenas para corredores brasileiros em 1925. A competição se consolidou como um marco da virada de ano para corredores e amantes do esporte e ao longo de décadas acontecia realmente à noite, com largada na últimas horas do dia 31 de dezembro e uma grande expectativa pela chegada do atleta que cruzasse a linha nos primeiros instantes do novo ano.

A Prova chega aos seus 100 anos de história em 2024, mas vai completar a sua 100ª edição em 2025. Em 2020 a tradicional corrida, já consagrada como uma das mais importantes no calendário mundial, deixou de ser disputada devido à pandemia da Covid-19. Segundo os organizadores, serão “dois anos para celebrar o esperado centenário da competição marcada por inovações, famosa também por reunir atletas amadores e profissionais em um espaço esportivo”.

A primeira edição da São Silvestre, que além de ter apenas brasileiros foi disputada exclusivamente por homens, teve um percurso de 6,2 km pelas ruas de São Paulo. O atleta vitorioso foi Alfredo Gomes, que treinava e corria pelo Clube Esperia e completou a prova em 23 minutos e 10 segundos. O jovem do interior, descendente de escravizados, chegou a treinar outros esportes, mas se encantou pelo atletismo ainda criança. Alfredo Gomes também se destacou como o primeiro atleta negro brasileiro a competir em Jogos Olímpicos.

A taça conquistada por Alfredo Gomes pode ser vista hoje no Clube Esperia, que a preserva em seu acervo junto a fotografias e registros que imortalizam aquele momento histórico. “A taça da primeira São Silvestre representa não apenas a relevância do Clube Esperia no cenário esportivo nacional, mas também o início de uma tradição que atravessou décadas e continua inspirando gerações”, destaca Osvaldo Arvate Júnior, presidente do clube.

Foi em 1945 que a São Silvestre passou a ter o nome que tem hoje, ao aceitar competidores estrangeiros, com a participação de sulamericanos. Já antes disso, imigrantes radicados no país já podiam correr, como o italiano, Heitor Blasi, correndo também pelo Clube Esperia, fundado pela colônia italiana em São Paulo. Ele venceu a terceira edição da prova, terminando o percurso que era de 6200m, em 23 minutos cravados. O primeiro sulamericano a vencer a prova na modalidade ‘internacional’, foi o uruguaio Oscar Moreira, em 1947.

As mulheres foram incluídas na Corrida de São Silvestre em 1975, já em versão internacional, e com vitória de uma alemã, Christa Vahlensieck. Apenas vinte anos depois, em 1995, a vitória foi de uma brasileira: Carmem Oliveira, que correu os 15km da prova à tarde em 50 minutos e 53 segundos. Além das alterações percurso e participantes, a corrida teve duas mudanças grandes de horário: disputada na virada do ano durante décadas, a prova passou a ser realizada à tarde em 1989, e em 2012 teve seu horário modificado uma vez mais passando a ser disputada pela manhã, em três largadas distintas

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