A exposição Vetores-Vertentes: Fotógrafas do Pará apresenta 160 obras em cinco andares do Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
A partir deste sábado, dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, o público paulistano terá contato com a identidade, território e memória paraenses, a partir da perspectiva de temáticas de 11 fotógrafas. O dia de abertura da exposição no CCBB São Paulo terá programação diversificada, com debates e apresentações musicais. O publico poderá visitar a exposição até dia 05 de maio, todos os dias, menos as terças-feiras.
A mostra Vetores-Vertentes: Fotógrafas do Pará tem curadoria de Sissa Aneleh, a partir de uma década de pesquisa e visitas. O resultado é um panorama da fotografia contemporânea feita por mulheres amazônicas. A exposição reafirma a potência do olhar feminino na fotografia contemporânea artística e destaca a importância da representatividade e da autonomia das mulheres na construção de narrativas visuais que traduzem a riqueza cultural e social da Amazônia.
A exposição reúne cerca de 160 obras – incluindo fotografias, jornais artísticos, propostas fotográficas, áudios e vídeos – distribuídas em cinco andares do edifício do CCBB. A visitação inicia-se no 4º andar e segue um percurso descendente, até o subsolo. Sissa Aneleh comenta que “a fotografia feita por mulheres no Pará desafia os limites entre a arte, a documentação e a experimentação – é uma importante ferramenta de resistência e afirmação identitária”.
A abertura no Dia da Mulher faz homenagem à produção de diferentes gerações de fotógrafas na Amazônia, ao longo de mais de 40 anos de produção, a partir dos anos 80. Cada artista contribui, à sua maneira, para ampliar os repertórios da fotografia brasileira e desafiar concepções tradicionais sobre a Amazônia. São imagens artísticas e também documentais.
Em diferentes pontos do CCBB, a interatividade completa a experiência com arte e tecnologia. Os visitantes encontrarão fotos exibidas por Realidade Aumentada, com a possibilidade de selfies, vídeos e interação. O olfato também será um elemento importante na mostra. A instalação aromática Icamiabas, inspirada nas mulheres indígenas, aproximará os visitantes dos cheiros da Amazônia com seis perfumes preparados exclusivamente para a exposição.
Onze fotógrafas e uma mostra:
- Bárbara Freire: Une fotografia urbana e poética, destacando a relação entre narrativas fotográficas, audiovisuais e documentais em suas imagens, que ora estão no experimental, ora no registro da diversidade visual do Pará.
- Cláudia Leão: Especialista em fotografia experimental, lança mão de processos alquímicos de fotografia, interligando elementos diversos aos processos de revelação de negativos fotográficos e composição física de obras.
- Deia Lima: sua obra ressignifica a imagem das mulheres e apresenta a identidade visual regional na era digital.
- Evna Moura: Explora a fotografia experimental, direta e performática, utilizando processos analógicos e digitais para criar imagens que dialogam com a ancestralidade, a espiritualidade afro-amazônica e o meio ambiente urbano amazônico, além de registrar personalidades LGBTQIAP+ regionais.
- Jacy Santos: influenciada pela fotografia documental regional, suas imagens retratam o cotidiano amazônico com um olhar humanista e poético. Seu trabalho é um testemunho visual das identidades sociais e culturais da região.
- Leila Jinkings: Fotógrafa e documentarista com forte envolvimento nos movimentos sociais, sua obra é um registro da luta política e cultural da Amazônia e do Brasil.
- Nailana Thiely: Dedica-se à documentação de culturas indígenas, ribeirinhas e afrodescendentes, acrescentando um olhar intimista aos retratados, o que valoriza a narrativa.
- Nay Jinknss: Com uma abordagem decolonial e social, retrata questões de identidade, feminismo negro e mulheres representativas da cultura amazônica.
- Paula Sampaio: Reconhecida por seu trabalho no fotojornalismo e na documentação de comunidades ribeirinhas e quilombolas, retrata a resistência das populações tradicionais, as memórias urbanas de Belém e a exploração ambiental da Amazônia.
- Renata Aguiar: Doutora em Artes Visuais, investiga as relações entre corpo, território, performance fotográfica, autobiografia, ritualidade e cultura artística local, além de abordar a representatividade LGBTQIAP+ na Amazônia.
- Walda Marques: Mescla fotografia documental e arte conceitual, percorrendo a identidade, a memória e a religiosidade urbana amazônica.
Quem tiver disponibilidade de tempo pode se programar para passar o dia no CCBB neste sábado, 8 de março. Especialmente comemorando o Dia Internacional da Mulher e a abertura da exposição Vetores-Vertentes: Fotógrafas do Pará, a programação especial irá das 9h às 17h30!
A abertura oficial da exposição acontece às 9h, e logo às 11h será realizado um bate-papo no espaço do Cinema, com três das fotógrafas participantes. O publico poderá conhecer mais e fazer perguntas a Evna Moura, Renata Aguiar e Leila Jinkings, no debate que terá mediação da curadora Sissa Aneleh. No início da tarde, às 14h, acontece a apresentação Som em Cena: Encantarias Amazônidas, uma experiência sonora, com canções autorais realizada pelo CCBB Educativo. A apresentação se remete a diversos ambientes no Pará, em ritmos que vão do boi ao brega, passando pelo carimbó, em pouco menos de meia-hora.
A programação também traz o Sensorial Estúdio: “Tá bem na foto!”, espaço que mostra como funciona o princípio da fotografia, por meio de uma câmara escura imersiva. Já para os pequenos, a programação traz brincadeiras tradicionais e cantos de acalanto nos ritmos do retumbão, carimbó e xote marajoara. Os visitantes também poderão participar de oficinas de fotografia para crianças, com o uso de espelhos, negativos, relicários e códigos de fonte para a criação de figuras com folhas e tinta.
Haverá ainda uma oficina para a produção de amuletos de proteção, feitos com cascas de árvores e sementes amazônicas, materiais sustentáveis de longa durabilidade, e fitas coloridas. Para os fãs das contações de histórias, o projeto Conto um Conto reunirá obras vindas do Norte do país. Já o projeto Que Livro é Esse? fará a mediação de leitura de livros inspirados na cultura amazônica e fotografia.
O encerramento da programação será no Mezanino, com o show Vertentes: Ritmos do Pará, com Ellie Valente e Liége, trazendo a riqueza musical da região em uma celebração vibrante da cultura amazônica. A apresentação está prevista para começar às 16h.
Exposição Vetores-Vertentes: Fotógrafas do Pará
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
De 08 de março a 05 de maio de 2025
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico
Ingressos gratuitos
Todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças
Estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 por 6 horas)
Van com traslado gratuito saindo do estacionamento, das 12h às 21h.
A exposição aberta no Dia da Mulher, Exposição Vetores-Vertentes: Fotógrafas do Pará, é patrocinada pelo Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A produção é do Museu das Mulheres e da MADAI. Saiba mais em bb.com.br/cultura