Adolescente cria Copinho biodegradável de Pinhão

adolescente e professora seguram na palma da mão copinhos escuros, e na bancada aparecem amostras do material
Maria Clara Badin Salvalaggio e a professora Daniele Cecilia Ulsom de Araújo Checo (divulgação Colégio Bom Jesus)
O texto da matéria reproduz na íntegra o conteúdo enviado pela assessoria de imprensa do Colégio Bom Jesus Divina Providência

Estudante do sexto ano do Ensino Fundamental de colégio em Curitiba desenvolveu o projeto nas aulas de iniciação científica, ficou em terceiro lugar na Feira de Ciências da escola e agora parte para competições nacionais

Copo biodegradável feito com casca de pinhão é produzido em pesquisa de estudante do Colégio Bom Jesus, de Curitiba (PR)

Maria Clara Badin Salvalaggio teve a ideia nas aulas de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus Divina Providência e chegou à “receita” de copos de 50 ml que suportam líquidos frios ou quentes. A semente é abundante na região Sul nos meses de inverno e a colheita já começou

Chegou uma das épocas mais aguardadas do ano para os amantes do pinhão, uma semente amplamente consumida no Sul do país durante os meses de inverno. Mas não é só o seu sabor característico que chama atenção: a estudante Maria Clara Badin Salvalaggio, do Colégio Bom Jesus Divina Providência, de Curitiba (PR), enxergou o pinhão com outros olhos. Durante as aulas de Iniciação Científica no 6.º ano, ela pesquisou e conseguiu produzir o copo biodegradável de 50 ml feitos com a casca do pinhão.

“Eu sempre via as pessoas tomando água ou café nos copos de plástico e nunca gostei disso, porque sei que esses materiais demoram muito tempo para se decompor na natureza. O copinho de pinhão vai levar no máximo cinco semanas para se degradar. Já o plástico leva anos”, diz a estudante. O copo tem a capacidade de acondicionar tanto líquidos frios como quentes. E o melhor: não impacta negativamente o meio ambiente se descartado, ou seja: o material é biodegradável. 

Maria Clara conta que escolheu trabalhar com o pinhão não só porque a semente é abundante nesta época, mas também porque queria auxiliar na preservação do meio ambiente. Para fazer a mistura que compõe o copinho, Maria Clara usou glicerina, gelatina, ágar-ágar, água, vinagre e algumas sementes, como por exemplo, de salsa e de alecrim. O vinagre, como explica a estudante, funciona na receita como um conservante. Tudo é levado ao fogo e depois colocado num molde de porcelana disponível no laboratório do colégio. 

A professora do Colégio Bom Jesus e orientadora do projeto de Maria Clara, Daniele Cecilia Ulsom de Araújo Checo, explica que as fibras do pinhão têm propriedades de isolamento térmico, o que contribuiu para manter o café ou chá quentinhos, por exemplo, e, quando tratadas do modo correto, não apresentam odor, o que faz com que o material utilizado no copo não interfira no sabor dos líquidos. Ela conta também que, antes de chegar ao copinho ideal, a aluna fez vários testes, inclusive usando outras sementes e sem a adição do vinagre. “Ela também fez uma pesquisa na própria escola sobre o uso de copos de plástico, e ainda pesquisou sobre o uso de outros materiais, como a casca de banana, por exemplo”, conta a professora. 

Durante o projeto, Maria Clara estudou propriedades do plástico, pesquisou sobre a decomposição de materiais na natureza e sobre a resistência de determinadas substâncias ao calor, já que os copos também serviriam para colocar líquidos quentes. Agora, a estudante planeja otimizar o desenvolvimento do bioplástico e associá-lo a outras sementes, ampliando as estratégias para aplicação do produto no processo de reflorestamento e cobertura verde.

Iniciação Científica

O trabalho da estudante [copinho biodegradável de pinhão] ganhou o terceiro lugar na categoria “Terra” na Feira de Iniciação Científica do Ensino Fundamental do Colégio Bom Jesus, em 2024. Agora, Maria Clara está inscrevendo o projeto na Feira Brasileira de Iniciação Científica que será realizada entre os meses de abril e setembro de 2025, em Jaraguá do Sul (SC). A estudante deve inscrever o trabalho também em outras feiras nacionais.

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