Ainda que os fumantes sejam a maioria dos pacientes de câncer de pulmão, o número de ex-fumantes e outros não fumantes acometidos vem crescendo em todo o mundo
O mês de agosto é o mês da conscientização e prevenção do câncer de pulmão. É comum que, ao saber deste diagnóstico dado a outra pessoa, a primeira pergunta seja “se ela fuma há muito tempo”. Esta ligação entre ser fumante e ter este tipo de câncer é real e a principal causa da doença, porém o número de não fumantes afetados vem crescendo. A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) faz um alerta para que este grupo também fique atento a sintomas, já que quanto antes for detectado, melhores os prognósticos de tratamento.
O câncer de pulmão é segundo tipo de tumor que mais acomete os brasileiros, segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer). Apesar do tabagismo ser o grande vilão nessa história, outros fatores são responsáveis por 10 a 20% dos novos casos da doença. São quatro os motivos principais levantados pelos médicos: fatores genéticos, exposição à poluição atmosférica, contato com elementos ou substâncias químicas, e o tabagismo passivo. Este número também é percebido nos Estados Unidos, onde o convívio com fumantes tem uma grande parcela de responsabilidade sobre o quadro.
Já se sabe que no Brasil o número de fumantes vem reduzindo – entre 2007 e 2016, quase 40% menos mulheres e quase 30% menos homens
“Apesar de o tabagismo ser comprovadamente uma das principais causas para o desenvolvimento do câncer de pulmão, pessoas que nunca fizeram uso de cigarros também precisam estar atentas para o desenvolvimento da doença, uma vez que o número de pacientes não tabagistas tem representado uma parcela importante entre os que sofrem com o problema”, afirma a Dra. Aknar Calabrich, médica oncologista e integrante do Comitê de Tumores Torácicos da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
A médica aponta ainda outros fatores para o desenvolvimento do câncer de pulmão em pessoas não fumantes, que são infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar crônica, ser ex-fumante e ainda a idade avançada. “Pacientes acima de 50 anos e com história de tabagismo têm indicação de fazer tomografia de tórax de rastreamento. Se um tumor for detectado precoce, maiores são as chances de cura com o tratamento”, comenta a Dra. Aknar. O objetivo do alerta não é criar pânico, mas motivar este ‘grupo de risco’ a realizar exames preventivamente.
Tanto para fumantes quanto para não fumantes, o câncer de pulmão costuma se apresentar da mesma forma, com sintomas como: cansaço, tosse, dor no peito, dificuldade para respirar, rouquidão, perda de peso e de apetite. “Os sintomas podem se assemelhar aos de outras doenças, por isso, é importante buscar auxílio médico, caso o paciente apresente qualquer desses sinais”. O tratamento para este tipo de câncer também vem evoluindo, e se é feito deste as fases iniciais, as chances de cura são grandes.
Veja mais dados no infográfico produzido pela SBOC e GBOT em /2025-agosto-branco