Reprodução do conteúdo recebido através da assessoria de imprensa do Instituto Argonauta
Instituto Argonauta recebe os primeiros pinguins da temporada de 2023, com ocorrências em Ubatuba e São Sebastião e relatos sobre pinguins vivos e mortos na Ilhabela
A equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) do Instituto Argonauta atendeu, na última semana de junho, a ocorrências em Ubatuba e São Sebastião, com informações ainda do aparecimento de pinguins vivos e mortos em Ilhabela. Marcou-se assim o início da temporada de pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) deste ano, no litoral norte de São Paulo. A temporada dos pinguins na região iniciou em junho, mas o pico esperado, ocorre entre os meses de julho e agosto, e vai até outubro.
No momento, passa por cuidados especiais no Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) do Instituto Argonauta em Ubatuba/SP desde o último domingo, 25, um pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) que foi resgatado pela equipe na Barra do Una em São Sebastião. A equipe PMP-BS do Instituto Argonauta recebeu o acionamento, e encaminhou a ave marinha para reabilitação no CRD em Ubatuba.
O aparecimento de pinguins na costa brasileira é bastante comum, pois todos os anos esses animais se lançam ao mar em busca de alimento. Eles migram desde a Patagônia Argentina e Ilhas Malvinas, onde existem colônias de reprodução, mas alguns acabam se perdendo do grupo, e são encontrados em nossas praias. Essas migrações são influenciadas pela disponibilidade de alimento nas águas costeiras.
De acordo com o oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta Hugo Gallo Neto, os pinguins permanecem na água durante a época não reprodutiva, que perdura entre os meses de abril e setembro. “Nesta época, eles saem em busca de alimento se aventurando por distâncias mais longas, podendo chegar até o nosso litoral sudeste”, detalha o oceanógrafo. “É neste período que esses animais são encontrados, muitas vezes fracos, debilitados e necessitando de cuidados. Aqui na região, estes animais são resgatados e encaminhados para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba, para que depois de reabilitados sejam devolvidos à natureza”, acrescenta.
Os pinguins-de-magalhães são aves marinhas com o corpo adaptado para viverem na água, mas não voam, e têm suas asas modificadas em nadadeiras. Alimentam-se principalmente de peixes, cefalópodes (como polvos e lulas), e pequenos crustáceos, (como krill). Eles são predadores habilidosos na água e usam suas nadadeiras e bicos para capturar suas presas.
Ao contrário do que muitos imaginam, os pinguins-de-magalhães não são polares e, por isso, não estão adaptados a baixas temperaturas. A bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do PMP-BS no trecho 10 do Instituto Argonauta, alerta que, ao encontrar um pinguim vivo ou morto nas praias do Litoral Norte, pode ligar no 0800 642 3341 e, caso o animal permita (tomando cuidado para não ser bicado nos olhos), colocá-lo em um lugar seco, como por exemplo uma caixa de papelão, envolto em uma toalha ou jornal para mantê-lo aquecido, mantendo a ave marinha em local seguro de outros animais como cachorros, gatos e urubus até a chegada do resgate especializado.
De acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas (em inglês, IUCN Red List ou Red Data List), o pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) está classificado no grupo “segura ou pouco preocupante”, (em inglês, least concern), que é a categoria de risco mais baixo. Espécies abundantes e amplamente distribuídas são incluídas nesta categoria. No entanto, a espécie sofre com os impactos da interação antrópica, a exemplo de outros animais marinhos, causados pela pesca, os efeitos das mudanças climáticas e alterações no ambiente marinho.
O Instituto Argonauta reabilita pinguins desde o ano de 2012 em continuidade ao trabalho de reabilitação realizado pelo Aquário de Ubatuba desde 1996, tendo resgatado diversos Pinguins-de-Magalhães nos anos em que os mesmos estiveram presentes na costa de nossa região.
O que fazer ao encontrar um pinguim? ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
- Se o animal estiver nadando, não se aproxime! ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
- Se ele estiver tentando sair da água, dê espaço, ele pode estar cansado. Agora, se o pinguim estiver na areia, é necessário chamar a equipe de atendimento;
- Não puxe o animal, pois ele pode se sentir ameaçado. Nem tente devolvê-lo à água, se ele veio para a areia, precisa descansar e de cuidados;
- Isole a área para manter o animal afastado de curiosos, cachorros e urubus;
- Não o coloque em contato com o gelo ou dentro do isopor!
- Relax para não o estressar. Nunca tente alimentá-lo!
- Se possível fotografe sem flash! Toda informação é importante para auxiliar na preservação destes animais.
Sobre o Instituto Argonauta – O @institutoargonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba (@aquariodeubatuba.oficial) e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, dentre outras atividades.
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800-642-3341 (horário comercial) ou diretamente para o Instituto Argonauta: (12) 3833.4863 – 3833.5789/ (12) 3834.1382 (Aquário de Ubatuba)/ (12) 3833.5753/ (12) 99705.6506 e (12) 99785.3615 – WhatsApp.
Também é possível baixar gratuitamente o aplicativo Argonauta, disponível para os sistemas operacionais iOS (APP Store) e Android (Play Store). No aplicativo, o internauta pode informar ocorrências de animais marinhos debilitados ou mortos em sua região, bem como informar ainda problemas ambientais nas praias, para que a equipe do Argonauta encaminhe a denúncia para os órgãos competentes.
Seja um Argonauta! Venha conhecer o Museu da Vida Marinha @museudavidamarinha, na Avenida Governador Abreu Sodré, 1067 – Perequê-Açu, Ubatuba/SP, aberto diariamente.
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