Retrospectiva do artista argentino reúne 130 obras fotográficas e será aberta ao público no próximo dia 05 de agosto
O fotógrafo e artista visual argentino Marcelo Brodsky, de 68 anos, é conhecido por seu ativismo pelos direitos humanos. Na exposição que será aberta ao público no sábado 05 de agosto, estão 130 obras que remetem a diferentes lutas por estes direitos. Trata-se de uma retrospectiva de sua carreira, realizada sob curadoria do crítico Márcio Seligmann-Silva. A exposição estará aberta no Museu Judaico de São Paulo (MUJ) entre 05 de agosto e 05 de novembro.
Em Marcelo Brodsky: Exílios, Escombros, Resistências estão reunidos trabalhos que tocam estes três grandes grupos de temas sensíveis, em fotografias, vídeos e instalações. “Como artista judeu, necessito de imagens para expressar a importância da memória e explorar a relação com o tempo presente”, declara Brodsky. “Todo o trabalho procura constituir uma linguagem visual para contar a história e transmitir a experiência através das gerações”.
Descendente de judeus russos emigrados na Argentina, o artista nasceu em Buenos Aires em 1954 e começou a fotografar na década de 1980, período em que esteve exilado em Barcelona por conta da ditadura militar em seu país natal. Na Espanha, enquanto cursava economia e fotografia, começou uma série de registros fotográficos em torno da imigração, tema presente em toda sua carreira. Ao longo de 40 anos de carreira, o fotógrafo argentino resgatou, curou e ressignificou as fotografias em um trabalho gráfico que envolve cores, marcações e legendas.
“A obra de Marcelo Brodsky nasce de sua trajetória como exilado político, onde cruzam-se histórias de violência e destruição que desenham um painel da Modernidade, sendo um local de aniquilação, mas também palco de lutas, de sonhos e de utopias.”, pontua o curador sobre o artista. Pensada em três eixos, a exposição traz a questão dos ‘Exílios’ como o primeiro deles, em séries sobre problemas humanitários e a questão dos refugiados. No segundo eixo, ‘Escombros’, ele traz outra série referente ao ataque terrorista sofrido pela Asociación Mutual Israelita Argentina em 1994, que deixou 85 mortos.
Já em ‘Resistências’, o terceiro eixo, abre-se uma nova perspectiva para além das histórias de violência captadas por suas lentes, como por exemplo: intervenções onde aparecem injustiças durante o período da ditadura na América Latina, questões de gênero e raciais nos Estados Unidos e no mundo afora. A exposição traz ainda sua obra ‘Buena Memoria’, de 1997, até uma de suas séries mais recentes, ‘Traces of Violence’, de 2021, que mostra fotografias do genocídio que aconteceu na Namíbia no início do século 20, à época colônia alemã na África.
A memória da ex-deputada Marielle Franco, brutalmente assassinada em 2018, também está presente na mostra. A fotografia de Marielle Franco, realizada por Bernardo Guerreiro, foi multiplicada em diferentes cores ao estilo das séries Death and Disasters, de Andy Warhol. “Ao introduzir no contexto da exposição, essa fotografia emblemática de Marielle articula-se outra vez uma série de luta, de gênero e pela igualdade”, diz o curador Marcio Seligmann.
O espaço expositivo conta com 130 fotografias, além de uma intervenção, desta vez na fachada do MUJ, que usa imagens recortadas para formar a Estrela de David, símbolo da cultura judaica.
Marcelo Brodsky: Exílios, Escombros, Resistências Abertura: 05 de agosto, às 11h Período expositivo: 05 de agosto a 05 de novembro Museu Judaico de São Paulo Rua Martinho Prado, 128 Terça, quarta e sexta a domingo, das 10h às 19h Quintas das 12h às 21h Ingressos a R$ 20. Entrada gratuita aos sábados
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