A ideia não é acabar com a alegria de ninguém, mas alertar para alguns cuidados importantes!
A saída da cidade durante o verão tem destinos opostos clássicos: praia ou montanha. Para quem curte estar no verde da natureza, em locais em que existam animais de grande e médio porte, como cavalos, bois ou mesmo capivaras, um cuidado especial é com os carrapatos. Esses bichinhos comuns em meio a animais como estes podem transmitir uma doença bastante letal.
A Febre Maculosa é uma doença bacteriana com baixa incidência, mas alta letalidade. Isto é, apesar de não haver um número expressivo de casos, como em surtos ou epidemias, o número de óbitos é grande. Segundo Rodrigo Angerami, infectologista da Unicamp, consultado pelo portal acidadeon, o número de mortes entre as pessoas infectadas é de 50%.
Os números transformam a febre maculosa em um desafio para a área de saúde e as autoridades médicas de uma forma geral. Entre os sintomas da doença estão febre, dor de cabeça, dor intensa no corpo, náuseas e vômitos. Seu diagnóstico muitas vezes é confundido inicialmente com uma gripe forte ou dengue, mas o tratamento é muito diferente.
A bactéria Rickettsia Rickettsii causadora da febre maculosa é transmitida pelo carrapato-estrela, que circula em animais de grande porte e silvestres, como gado, cavalos e até cães de fazenda.
“Ser parasitado (mordido) por um carrapato estrela não é sinal que terá a febre maculosa, porque poucos carrapatos têm a bactéria, mas é importante ficar atento aos sintomas. Se de dois a 14 dias depois de ser picado ou estar em uma área com carrapatos, começarem sintomas como febre, dores de cabeça, vômitos e enjoo, a pessoa deve procurar o médico e relatar o contato com o vetor. É importante não se automedicar e procurar a unidade de saúde no mesmo dia”, explicou a médica veterinária Tosca de Luca, da prefeitura de Campinas, em uma entrevista à CBN.
IMPORTANTE: o Micuim e o Vermelhinho são a larva e a ninfa do carrapato estrela, ou seja, o carrapato que ainda não é adulto. Dessa forma, eles podem transmitir a febre maculosa, se estiverem infectado. Isso dificulta o diagnóstico, já que algumas pessoas podem não perceber a picada, como alertou a médica veterinária. Áreas verdes em que transitam cavalos e capivaras, por exemplo, são áreas sujeitas à presença do carrapato estrela.
A febre maculosa se não for tratada pode levar o paciente a óbito em seis a oito dias. Como tem seus sintomas iniciais ‘inespecíficos’, ela precisa começar a ser tratada quando houver qualquer suspeita.
PRECAUÇÕES
Quando transitar em uma área verde em que circulem animais de grande porte, sempre usar barreiras físicas, como calças e blusas de manga comprida e colocar a meia por cima da calça. Use roupas claras porque facilitam enxergar melhor os carrapatos;
A transmissão da bactéria não acontece assim que o carrapato se prende a seu corpo, então identificar e retirar da maneira correta, também é importante. Examine seu corpo cuidadosamente a cada três horas pelo menos, porque o carrapato-estrela transmite a bactéria responsável pela doença só depois de quatro horas em sua pele.
COMO RETIRAR O CARRAPATO
O exame para checar se há carrapatos pode (e deve) ser feito com a ajuda de outra pessoa. A forma ideal para retirá-lo é com uma pinça, com um movimento rotatório, para que ele não seja esmagado ou fragmentado.
Não devem ser utilizados álcool ou gelo, nem calor (palitos de fósforos quentes), porque esses estímulos fazem o animal liberar a bactéria como uma reação.
Após retirá-lo, trate como se o carrapato estivesse contaminado: mergulhe-o em álcool ou jogue no vaso sanitário.
Limpe a área da mordida com anti-séptico.
Lave bem as mãos.
SINTOMAS
O quadro inicial da doença é caracterizado por febre alta, dor de cabeça, no corpo e perto dos olhos, enjoo, vômito, diarreia e falta de apetite. Algumas vezes é confundido com dengue ou uma forte gripe. Por este motivo, o relato da passagem por áreas com carrapatos é fundamental.
O tratamento com antibióticos deve ser iniciado ainda com a suspeita da doença, sempre receitado por um médico, já que ela tem evolução rápida e é bastante letal.
artigo baseado em publicação do Clube Alpino Paulista.
O nome da doença, ‘febre maculosa’ se deve aos sintomas já adiantados da doença, a febre alta associada a manchas vermelhas no corpo, que são as chamadas máculas.