A importância dos rótulos

rotulo de caixa de queijo pasteurizado
Tabela com informação nutricional e relação de ingredientes em rótulo.

No Brasil, nas últimas décadas, várias vitórias foram obtidas no sentido da obrigatoriedade de algumas informações em rótulo de alimentos.  

No passado nem tão distante, poucos dados eram incluídos nas embalagens de alimentos. Não estamos falando apenas de alergênicos ou tabela nutricional: nem a data de validade exibida até que uma norma da ANVISA regulamentou esse dado, há cerca de 20 anos. Hoje, existem vários dados que devem ser incluídos, visando a segurança alimentar de grupos específicos de consumidores.

Outra vitória mais recente foi a inclusão nos rótulos o tempo em que o alimento precisa ser consumido após embalagem aberta. Era um dado importante, mas que ficava fora das orientações obrigatórias. Pessoas com alguma alergia ou intolerância também tiveram um grande benefício com a inclusão de alertas sobre 17 componentes alergênicos que podem existir em alimentos, tanto na fórmula como em possível contaminação cruzada.

Cuidados na leitura do rótulo

Ainda que a legislação esteja se aprimorando e o país caminhe para ter informações mais claras e acessíveis a todos, ainda há melhorias possíveis. Da mesma forma, também há pontos sobre os quais muitos consumidores possuem dúvidas. O prazo de validade é um destes pontos. Existe uma conscientização sobre a data estipulada nos rótulos. Seguramente ela não é precisa e costuma deixar uma margem de segurança.

A nutricionista Renata Cassar, da Tate & Lyle, no entanto, esclarece que não se deve abusar desta margem e consumir alimentos após a data impressa. “É muito difícil estabelecer por quanto tempo depois de vencido este alimento pode ser consumido pois há variação de acordo com o tipo de produto e condições de armazenagem”.

Para estabelecer o prazo de validade, são feitas comparações entre o produto ao longo do ‘tempo de prateleira’ e o produto recém-produzido. Também há implicações referentes a temperatura e condições de estocagem e, claro, de transporte. “Para garantir a segurança, a recomendação é consumir respeitando o prazo de validade indicado na embalagem”, aconselha a nutricionista.

A tabela nutricional

Uma das informações mais atraentes nos rótulos de alimentos industrializados é a chamada tabela nutricional. Segundo uma pesquisa da Tate & Lyle, fornecedora global de ingredientes e soluções para alimentos e bebidas, 83% dos consumidores no Brasil consultam estes dados presentes na embalagem. A nutricionista Renata Cassar, ressalta que é preciso saber interpretar estes dados.

“Tem muita gente que busca alimentos pela quantidade de calorias, mas nem sempre o menos calórico é o mais saudável ou o mais nutritivo. É importante analisar a composição nutricional como um todo, levando em conta a quantidade por porção”, orienta. “É preciso checar os macronutrientes, ou seja, carboidratos, incluindo açúcar, proteínas e gorduras presentes no produto”.

Ingredientes

Segundo Renata Cassar, é comum, entre as pessoas que não possuem intolerância a alimentos, deixar de ler a lista de ingredientes. A ordem em que essa informação é escrita não é aleatória, existe uma regra: os componentes são listados do ingrediente em maior quantidade para o ingrediente em menor quantidade. Na sequência aparecem os aditivos.

“Algumas nomenclaturas mais técnicas podem aparecer na lista, incluindo termos definidos pelos órgãos reguladores. Por exemplo, polidextrose e maltodextrina resistente são nomes técnicos de fibras alimentares. Por isso, recomendo sempre pesquisar aquele termo que causa estranhamento”, pontua Renata Cassar.

O que é light, diet ou zero.

Muitas pessoas procuram nos rótulos informações que as indique um alimento saudável e, de preferência, que não engorde. Identificar os produtos “light”, “diet” ou “zero gordura” como ideais é um dos grandes erros de leitura apontados pela nutricionista da Tate & Lyle. “Por mais que estes termos tenham destaque na embalagem dos produtos, eles não são sempre garantia de um alimento mais saudável”.   

Muitas vezes um componente que não pode existir no alimento diet, por exemplo, é substituído por outro que pode ter um valor energético superior. Observar nos rótulos a composição como um todo e, também, checar o tamanho das porções indicadas é uma dica importante.