Homenagem a Gonzaguinha

foto de Gonzaguinha, em close, sorrindo. fundo desfocado, parece um gramado
(reprodução - internet)

No momento em que se completam 30 anos do acidente de carro tirou a vida de Gonzaguinha, a atriz e cantora Bruna Caram lança single e faz uma live em sua homenagem, com vários convidados.

Gonzaguinha se foi aos 45 anos, vítima de um acidente em 1991. Foi uma perda sentida em todo o país, que canta até hoje suas músicas. As letras de luta e protesto ainda são atuais, assim como composições de amor e cotidiano. Bruna Caram prepara um álbum com suas canções e homenageia o cantor e compositor em suas lives, com convidados, nesta quarta e quinta-feira. O projeto do álbum surgiu a partir de um show online do final de 2020 e terá seu primeiro single, com participação de Zé Renato, lançado nesta quinta (29).

O álbum “Afeto e Luta – Bruna Caram canta Gonzaguinha” deve ser lançado no final deste ano. Seu primeiro single é marcante. “A primeira vez que ouvi Redescobrir foi no show Saudades do Brasil, da Elis Regina, e era um momento extremamente emocionante do show. Aquilo me marcou. E embora eu ame Gonzaguinha há tanto tempo, nunca havia gravado uma composição dele. Foi uma oportunidade muito bonita que Bruna me deu, ” comenta Zé Renato, que participa da segunda live, amanhã.

A versão de “Redescobrir” terá com novo arranjo, um ijexá-ciranda, que mantem seu  tom político com a leveza de uma criança.  “O que mais amo na obra de Gonzaguinha é que sua indignação soa cheia de alegria. Na obra dele, a luta por dignidade humana soa como a única luta possível, com espontaneidade e verdade. É um prazer cantá-lo em tempos de intolerância. Gonzaguinha nos faz redescobrir a esperança”, comenta Bruna Caram, que terá a companhia de diversos músicos nas lives esta semana.  

O entendimento da arte como ferramenta de cura, luta e união encontrou ressonância na parceria com Jean Wyllys, que assinou o roteiro de seu show-live “Afeto e Luta”.  O professor e ativista realizou uma grande pesquisa para montar o espetáculo que dará origem ao álbum de mesmo nome.  Ele também assina a arte de capa do single, que mostra Bruna sorrindo levemente junto a uma personalidade de gênero indefinido, negra. A personagem é colorida, Bruna está por colorir, mas seus adereços têm tons fortes.

“A canção é um ijexá-ciranda, alegre e colorido como um afoxé carnavalesco de pessoas trabalhadoras no intervalo da luta. Como a música faz referência à memória, eu usei a técnica do desenho em carvão vegetal, apagando e refazendo o desenho para deixar os traços da construção, como no caso da memória individual e coletiva; o carvão é o mais antigo instrumento usado para desenho; é carbono do qual também somos feitos. Essa é a minha leitura visual da interpretação de Bruna e Zé Renato para uma canção de Gonzaguinha que fala basicamente de luta e afeto. Amei fazer,” comenta Jean Wyllys, que também participa da segunda live, nesta quinta.

Bruna Caram canta Gonzaguinha
Homenagem ao artista, quando se completam 30 anos de sua morte.
Dias 28 e 29, às 20h.
Instagram: @brunacaram
Convidados: 
Quarta(28) - Roberta Sá, Duda Brack, Chambinho do Acordeom, Gabriel Leone, Nanan Gonzaga, Lucas Caram e Ayrton Montarroyos.
Quinta(29) - Zé Renato, Jean Wyllys, Zeca Baleiro, Laura Carolina, Zélia Duncan, Luciana Mello e Diego Moraes.

O disco “Afeto e Luta – Bruna Caram canta Gonzaguinha” está prometido para o final de 2021. Como um possível ‘spoiller’ já passado pela própria Bruna, está disponível no Youtube o show-live que deu origem ao projeto. Ela tem roteiro e pesquisa de repertório de Jean Wyllys, produção musical de Norberto Vinhas (que assina a produção do novo álbum) e direção de interpretação de Cris Ferri. Está disponível neste link: Afeto e Luta – Live.