Esperando (oficialmente) há quase dez anos por uma chance de restauro, o edifício tem chances agora de ver seu restauro iniciado.
O Copan, localizado no número 200 da Avenida Ipiranga, é um dos “cartões postais” mais conhecidos de São Paulo. Até quem nunca visitou o prédio consegue identificar de longe suas elegantes curvas, provavelmente as primeiras em um prédio, em contraste com as linhas retas do centro da cidade. O projeto de Oscar Niemeyer deveria ter sido entregue para famoso “quarto centenário”, quando também surgiu o Parque do Ibirapuera. Seu projeto foi encomendado pela prefeitura ao arquiteto em 1951.
Contam os livros que a inspiração de Niemeyer para este marco da cidade foi o Rockfeller Center de Nova York. O edifício teve mudanças e atrasos em sua obra e foi inaugurado apenas em 1966. Pela importância que o Copan tem para a cidade, ele foi tombado pelo Patrimônio Histórico em 2012. É uma das maiores estruturas de concreto armado de prédio residencial do país, com 115 metros de altura, divididos em 35 andares e 120 mil m² de área construída.
Ao mesmo tempo que foi tombado e teve a garantia de preservação de suas linhas, o Copan também está em uma corrida para restauração. Uma tela de contenção teve sua instalação autorizada, para impedir acidentes, com a queda de pastilhas da fachada, por exemplo. Em 2019, os veículos de comunicação chegaram a anunciar para março de 2020 a entrega do projeto de restauro, mas o prazo acabou não sendo cumprido. A obra deve incluir não apenas intervenções emergenciais, mas também uma recaracterização do edifício ao original.
O Instituto Pedra, entidade sem fins lucrativos especializada em projetos na área de patrimônio cultural, está à frente da elaboração do projeto há vários anos. Já em 2019 foram identificados diferentes níveis de problemas na estrutura do conjunto arquitetônico. São 1.160 apartamentos, vão de quitinetes a apartamentos de três dormitórios, em 6 blocos independentes. Parte dos moradores realizaram obras que fogem ao padrão, como a substituição de janelas e até o fechamento de vãos com tijolos.
Segundo a empresa, a falta de manutenção, nestes mais de 50 anos de uso, é a grande responsável por muitos dos problemas. Existem infiltrações, corrosão de partes da estrutura e queda de parte do revestimento. Todo o processo de restauro deve seguir uma cronologia de prioridades e pode levar mais de dois anos na execução. Uma das questões importantes, além da aprovação das obras pelo departamento de patrimônio publico do município, é o levantamento de fundos para realização do trabalho.
Saiba mais sobre o Copan e a reforma
Veja aqui o decreto de tombamento do Edifício Copan, em 2012, pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – CONPRESP: Tombamento do Copan e outros 5 edifícios históricos da cidade. Dez.2012
Veja matérias publicadas sobre a reforma do Copan Novembro de 2019 - Folha de S.Paulo - Depois de oito anos encoberto por telas Copan vai começar processo de restaurado Setembro de 2021 - Exame - Edificio Copan de Oscar Niemeyer será restaurado após dez anos. Leia mais sobre o Copan em copansp.com.br Sobre o Instituto Pedra em institutopedra.org.br