Vidas Indígenas: modos de habitar o mundo

fotografia em preto e branco de um indígena idoso, com cocar e chocalho na mão. sobre a imagem, o título da expoisção: Vidas Indígenas modos de habitar o mundo.

ACNUR e Museu da Pessoa promovem exposição virtual conjunta e estreitam laços para realização de projetos ligados a populações indígenas refugiadas no Brasil.

Foi inaugurada nesta terça, 19 de abril, a exposição virtual “Vidas Indígenas: modos de habitar o mundo”, realizada pelo Museu da Pessoa e Visibilidade Indígena. A mostra tem apoio do Armazém Memória e do Instituto de Políticas Relacionais e inclui material audiovisual produzido pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). O conteúdo inclui depoimentos de indígenas de diversas etnias, tanto de refugiados, principalmente oriundos da Venezuela, como de povos originais brasileiros.

“As histórias que compõem esta exposição apresentam vivências de mulheres e homens indígenas em suas pluralidades, nas quais é possível perceber reflexões e relatos sobre movimento, território, corpo e ancestralidade”. A exposição traz narrativas a respeito da luta de novas lideranças indígenas pelo direito à terra de seus povos, entre outras tantos desafios elencados pela comunidade indígena para garantia de direitos originários.

Os relatos apresentados no início da exposiçaõ são de lideranças Baniwa, Guarani, Fulni-ô, Tupinambá, Wapichna, Huni Kuin entre outros. Suas narrativas ajudam a entender como a comunidade indígena vem, historicamente, sofrendo com violações de seus direitos, não apenas em nosso país e continente. Entre a etnias indígenas venezuelanas que compõe grande parte do grupo refugiado no Brasil, estão os Pemón, Eñepá, Kariña e Wayúus.

O maior grupo, no entanto, cerca de 65% das 7 mil pessoas indígenas em situação de deslocamento no Brasil são os Warao. Uma série de depoimentos deles, colhida e editada pela ACNUR faz parte da exposição. “Este registro é um elemento do resgate histórico da cultura Warao e promove, ao mesmo tempo, um incentivo para que sejamos solidários à acolhida das populações indígenas refugiadas no Brasil”, afirma José Egas, Representante do ACNUR no Brasil. 

“A exposição visa fortalecer as comunidades indígenas. Ela está sendo desenvolvido para que as próprias comunidades indígenas sejam protagonistas da sua história e tenham autonomia no desenvolvimento dos seus projetos de memória. Constituir um acervo de memória digital indígena contribui para além da preservação de suas histórias de vida, para desmistificar noções prévias que foram constituídas historicamente”, conta Rosana Miziara, relações institucionais do Museu da Pessoa. 

Além do material em texto e audiovisual da exposição “Vidas Indígenas: modos de habitar o mundo”, também é possível acessar no site da ACNUR uma página que compila dados sobre o fluxo de pessoas indígenas que buscam refúgio em nosso país. Aproximadamente 11% da população indígena venezuelana que vive no Brasil já foi reconhecida como refugiada pelo governo brasileiro. Outros 51% são solicitantes do reconhecimento da condição de refugiado, e 33% possuem residência temporária.

Exposição Vidas Indígenas: modos de habitar o mundo
Realização ACNUR e Casa Museu da Pessoa. 
Exposição virtual gratuita, disponível de 19 de abril a 31 de julho.
link: exposicaovidasindigenas.museudapessoa.org

Página do ACNUR sobre o tema indígena: www.acnur.org.br/indigenas