Equipe multidisciplinar de pesquisadores da USP já cadastrou metade dos bebês que procuram, mas precisa de voluntários das classes C e D para completar o grupo
O estudo inédito chamado de Projeto Germina vai acompanhar o desenvolvimento de 500 crianças ao longo de três anos, iniciando-se aos três meses de idade. O grupo de pesquisadores da USP é formado por profissionais de 15 diferentes áreas de conhecimento, incluindo geneticistas, fonoaudiólogos, psiquiatras e também estatísticos e matemáticos. O objetivo é identificar objetivamente fatores que favorecem o desenvolvimento cognitivo e emocional na primeira infância, assim como fatores de risco.
O levantamento foi iniciado no começo do ano e teve uma boa resposta de voluntários de famílias das classes sociais mais altas. Já foram triados em torno de 50% do número de bebês necessário para o estudo. Os pesquisadores do Projeto Germina segue em busca de voluntários, em especial de pais e crianças que vivam em condições mais vulneráveis e de baixa renda. Esse perfil irá ajudar o grupo a contemplar no estudo todos os segmentos da sociedade.
“O objetivo do projeto é alcançar famílias e seus bebês de diversas classes sociais, de modo que possamos entender o desenvolvimento de crianças com características diferentes, assim como os riscos e benefícios envolvidos “, explica o Dr. Guilherme Polanczyk, Professor Associado de Psiquiatria da Infância e da Adolescência da Faculdade de Medicina da USP e membro do comitê Científico NCPI, que lidera o projeto. “Para que o estudo traga resultados que espelhem a realidade das famílias brasileiras, precisamos de mais voluntários que vivam em situação de vulnerabilidade”, completou.
Até agora, cerca de 300 bebês, que preencheram os critérios de participação, já passaram por etapas de avaliação em um dos dois centros de pesquisa que fazem parte do estudo, na cidade de São Paulo. Podem participar mães de 20 a 45 anos e bebês de 3 meses de idade, nascidos com 37 semanas de gestação ou mais. Os participantes precisam ter disponibilidade para realizar cinco avaliações ao longo de três anos. Todos os integrantes do estudo receberão uma ajuda de custo de transporte e alimentação para participarem das sessões de avaliação.
Sobre o Projeto Germina
O projeto realizado na USP vai acompanhar bebês ao longo de três anos e pretente levantar informações sobre fatores que influenciam o desenvolvimento na primeira infância. Estão envolvidos pesquisadores das áreas de genética, microbiologia, nutrição, fonoaudiologia, pediatria, psicologia, psiquiatria de crianças, neurociência do desenvolvimento, matemática e estatística. Serão utilizadas 'ferramentas' como sequenciamento genético, microbioma, eletroencefalograma, testes e brincadeiras. A equipe multidisciplinar pretende apontar fatores positivos e negativos que podem influenciar no desenvolvimento cognitivo e emocional na primeira infância, assim como os riscos e benefícios envolvidos na evolução das funções executivas e habilidades de linguagem. Segundo os pequisadores do Projeto Germina, estima-se que, na vida adulta, cerca de 80% da população com funções executivas subdesenvolvidas na infância necessita de alguma forma de assistência social ou econômica.
Ligado a um consórcio internacional de pesquisadores de todos os continentes, o Projeto Germina é financiado pela Wellcome Trust-Leap, agência de fomento independente, que visa apoiar diversas áreas do conhecimento em busca de descobertas inovadoras sobre vida, saúde e bem-estar.
Quem pode ser voluntário Mães entre 20 e 45 anos, com bebês de 3 meses de idade, nascidos com 37 semanas de gestação ou mais. É preciso ter disponibilidade para realizar cinco avaliações ao longo de três anos. Os participantes não terão remuneração, mas receberão ajuda de custo de transporte e alimentação para participarem das sessões de avaliação. Inscrições pelo site: projetogermina.com.br Instagram: @projetogermina Facebook: facebook.com/projetogermina