Cinco projetos artísticos e um de curadoria compõem a mostra que será aberta na sexta (30), no casarão em Higienópolis, com entrada gratuita a partir das 17h
Símbolos nacionais, heranças e questões afetivas compõe a edição de 2023 da Temporada de Projetos, aberta à visitação no Paço das Artes, ao lado do Shopping Patio Higienópolis. A iniciativa é realizada há mais de duas décadas e tem a tradição de revelar nomes da arte contemporânea brasileira, em especial de jovens artistas.
A variação e a representatividade em diferentes vertentes da arte contemporânea são pontos de destaque da nova Temporada. , exibindo trabalhos que abordam livremente as linguagens artísticas, têm personalidade e são inéditos.
Símbolos nacionais, heranças históricas, memória, contexto carcerário e as relações em ambiente virtual são os temas dos projetos selecionados pelo júri de críticos e curadores Guilherme Teixeira, Luciara Ribeiro e Mario Gioia.
O que você vai encontrar na Mostra de Projetos, no Paço das Artes*
Os algoritmos te trouxeram até mim. Agora, o satélite me leva até você, de Thatiana Cardoso (São Bernardo do Campo, SP, 1984). “O projeto é todo sobre golpes de amor e estelionato afetivo. São trabalhos em diversas linguagens, como fotografia, vídeo e performance”, revela a artista. O assédio por um suposto soldado norte-americano provocou o interesse de Thatiana em identificar centenas de contas falsas nas redes sociais e, a partir delas, criar, em diversas linguagens e suportes, trocas de correspondências que estimulam as fantasias de possíveis relacionamentos que, por consequência, chegariam aos estelionatos virtuais.
Willian, de Ana Raylander (João Monlevade, MG, 1995). Instalação exposta na pequena sala do Paço das Artes, que foi uma cela durante a ditadura militar. Ocupada agora pela artista, procura reconfigurar códigos entre encarcerados do país. “Willian, é uma exposição que acontece cinco anos após a minha última individual (Coral de Choros) no Centro Cultural São Paulo, e ambos projetos partem do território conflituoso entre choro e masculinidade”, diz Ana. “Proponho ocupar um espaço inicialmente não usual do Paço das Artes, uma pequena sala de pé direito baixo e sem janelas, que geralmente é destinada ao educativo da instituição”.
Efeito, reação e ação, de Denis Moreira (São Paulo, SP, 1986). Pequenas fotografias impressas sobre madeira constroem três painéis que remetem às heranças afrodescendentes e as possíveis conexões com o cotidiano contemporâneo, na obra Efeito, reação e ação. Ressignificando mitos, as imagens de ritos e máscaras podem apontar para outros caminhos no fluxo do dia a dia. “Em meu trabalho, convido o apreciador a criar uma relação com a obra, observando os elementos que compõem a composição, personalidades retratadas, suas histórias e provocações sociais. Acredito que o trabalho se torna significativo justamente neste encontro, mais nas perguntas que ele desperta do que nas respostas”, revela Denis Moreira.
Exercícios cosmopolíticos, de Gustavo Torrezan (Piracicaba, SP, 1984). “Exercícios cosmopolíticos é uma série de trabalhos produzidos durante a pandemia, em um período e reclusão como medida de cuidado e diminuição da proliferação do vírus COVID-19, então o sentido de mobilidade, mudança, transformação e diferentes modos de pensar e produzir vida está no cerne dos trabalhos”, afirma o artista.
Lembranças de um baile de carnaval, de Karola Braga (São Caetano do Sul, SP, 1988). Provoca o sentido do olfato, ativando nossa sensibilidade para memórias de outrora. Um baile de carnaval é sugerido entre perfumes e elementos do fim da festa, pensado dentro de um universo de elementos do início do século XX, entre esculturas de cerâmica, aromas populares e substâncias pertinentes a esse tipo de ambiente. “Como não estamos acostumados a usar nosso olfato em exposições de arte, um cheiro muitas vezes passa despercebido, ao contrário de estímulos visuais ou sonoros. Portanto, o maior desafio ainda é como fazer com que a pessoa que está presente tenha ciência de que aquele cheiro é parte integrante da obra”, salienta Karola.
Exercício Ka’a: exposição para seres não humanos. Projeto de curadoria de Allan Yzumizawa (São Paulo, SP, 1993). A coletiva é resultado de sua pesquisa no litoral da Paraíba, tendo como convidados quatro artistas de lá que também se interessam por arte, natureza e na desierarquizacão dos embates relacionais. No próprio título Ka’a, de origem no tronco Tupi, encontramos o resumo sugestivo onde a floresta se configura enquanto ser vivo, e os animais, enquanto gente. Os documentos, textos, imagens e obras aqui apresentados são fruto de uma vivência de três dias proposta pelo curador para os artistas Cris Peres, Lucas Alves, Paulo Pontes e Serge Huot.
Paço das Artes - Temporada de Projetos 2023 R. Albuquerque Lins, 1345 - Higienópolis Abertura, sexta (30), das 17h às 21h Exposição de 1º de julho a 1º de outubro de 2023 Terça a sábado das 11h às 19h Domingos e feriados das 12h às 18h Entrada gratuita
A Temporada de Projetos do Paço das Artes tem como Patrono o Goldman Sachs. A programação é uma realização do Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, e Paço das Artes, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O apoio institucional é das empresas Kapitalo Investimentos, Vivo, Grupo Travelex Confidence e TozziniFreire Advogados. O apoio de mídia é da JCDecaux e Nova Brasil FM e o apoio operacional da Kaspersky e Pestana Hotel Group.
*sinopse dos projetos tem assinatura da assessoria de imprensa do evento.