Artigo: 23 de abril, Dia de Ogum, Dia de São Jorge

imagem das mãos de uma pessoa, aparentemente um homem adulto, escrevendo à caneta em algumas folhas, são vists as mãos e parte dos braços com camisa de mangalonga azul clara. a mão direira escreve com a caneta e a esquerda está apoiada segurando os papéis.
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Por Mãe Marlidia Teixeira, Cavaleiros de Ogum e Pai Alan Kardec

Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana. Essa sincretização reflete a maneira como a Umbanda se desenvolveu no Brasil, mesclando elementos da cultura africana com aspectos do catolicismo.

Entre os Orixás mais venerados está Ogum, também conhecido pelos católicos como São Jorge, o santo guerreiro; ambos celebrados no dia 23 de abril. Ogum é um guerreiro que sempre luta pelos verdadeiros sentidos da razão. Ele conta com a ajuda de cavaleiros ao seu redor, para não somente protegê-lo, mas cumprir missões que envolvem praticar o bem interno e ao próximo.

A frase “Ogum faz e Ogum mostra” reflete o compromisso dos umbandistas de mostrar que ele está presente para cuidar e expor o que está sendo feito, assim como os resultados de sua dedicação no auxílio prestado. Consciente das necessidades de cada um, Ogum se empenha em amparar a todos de forma que não interfira em suas jornadas, tanto encarnados quanto desencarnados.

Mas a data, além de ser uma forma de comemorar a existência deste importante Orixá, também chama atenção para a importância de valorização e promoção dos Terreiros Umbandistas, símbolo da diversidade cultural e religiosa do país. Através de suas práticas, esses espaços contribuem para a manutenção de tradições ancestrais e para a disseminação de conhecimentos sobre a espiritualidade afro-brasileira.

No entanto, os seguidores da Umbanda ainda enfrentam obstáculos e desafios, principalmente no que diz respeito à discriminação e à incompreensão por parte de setores mais conservadores da sociedade. A intolerância religiosa é uma realidade que precisa ser combatida, garantindo o respeito à liberdade de crença e à diversidade religiosa.

É fundamental que a sociedade como um todo reconheça a importância dos Terreiros Umbandistas como espaços de resistência cultural e espiritual, que contribuem para a construção de uma sociedade mais inclusiva e plural. A diversidade religiosa é um dos pilares de uma sociedade democrática, e os seguidores da Umbanda merecem ser tratados com o devido respeito e consideração. Somente assim será possível construir uma sociedade mais justa e igualitária.

Sobre os autores: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques são mãe e pai do Terreiro Recanto de São Jorge. Trabalham com o projeto “Entre Mundos”, obras psicografadas que são ditadas por autores espirituais da Umbanda. Este artigo foi construído com o auxílio de entidades Cavaleiros de Ogum.

Conheça também o Projeto de Mapeamento das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana do Município de São Paulo, neste link.

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