Os números compilados pela ABRAMED comparam as quantidades de testes realizados e dos resultados positivos nestes testes, em exames feitos nos primeiros semestres de 2021 e 2022
A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) divulgou nesta sexta-feira, 08, números compilados de testagens feitas para a Covid no país. Foi observado por um lado o aumento da quantidade proporcional de exames positivos, ao mesmo tempo que, de outro, uma redução na procura pelos testes. Vários aspectos podem influenciar os dados segundo a própria associação, que reune laboratórios responsáveis por mais de 60% dos exames realizados pela saúde suplementar no país.
No primeiro semestre deste ano, foram realizados menos da metade dos exames feitos no mesmo período de 2021. Foram em torno de 3,2 milhões de testes de Covid-19 entre janeiro e junho de 2022 e 7,2 milhões de testes no primeiro semestre de 2021. Em relação aos exames positivos, no ano passado foram computados 1,1 milhão, ou 15,6% do total. Já este ano, a taxa de positividade média do período foi de 38,1%, superior até no número absoluto, com 1,2 milhão de positivos.
A comparação dos exames positivos
A sensação de insegurança que havia no início de 2021, em que vivíamos a segunda onda de Covid-19, com predomínio da variante Delta, pode justificar a maior procura pelos exames. Segundo Alex Galoro, médico patologista e coordenador do Comitê de Análises Clínicas da Abramed, como a Delta era mais grave e gerava mais internação em hospitais, pode ter causado medo na população. Em 2022, com a maioria da população vacinada e a predominância da variante Ômicron, esta tensão foi um pouco reduzida para grande parte dos brasileiros.
“Além disso, neste período [2021], havia a exigência de exames para viagens, volta ao trabalho presencial e eventos culturais. As pessoas realizavam testes sem suspeita de terem a doença ou sem nenhum sintoma, apenas para comprovar o resultado negativo. Já no primeiro semestre de 2022, a positividade maior mostra que os testes foram efetuados realmente por pessoas que já apresentavam sintomas”, explica Galoro.
Aspectos comportamentais
O patologista também cita a questão comportamental. Com o tempo, as pessoas passaram a fazer menos testes, inclusive por que os sintomas, aparentemente, ficaram mais leves e persistem por menos tempo. “Temos visto um relaxamento em relação às medidas não farmacológicas, ou seja, uso de máscara e de álcool em gel e distanciamento social. As pessoas não fazem mais questão de saber se estão infectadas com a covid-19”, diz.
Mês a mês de 2022* Em janeiro foram realizados 1.246.598 exames de covid-19, sendo 559.972 positivos (taxa de 44,9%), enquanto em fevereiro, foram 604.900 exames, com 248.535 positivos (taxa de 41,1%). Março registrou 249.620 exames, com 20.318 positivos (taxa de 8,1%). Em abril, dos 88.606 exames realizados, 9.366 deram positivo (taxa de 10,6%). Maio fechou com 277.922 exames e 77.301 positivos (taxa de 27,8%). Por fim, junho registrou 802.135 exames, com 329.549 positivos (taxa de 41,1%). A última semana de junho (25/06 a 01/07) foi marcada por queda no número de exames de covid-19 realizados, uma retração de 9% em relação à semana anterior (18/06 a 24/06). Foram feitos 154.000 exames, dos quais 64.000 deram positivo. A proporção de exames PCR observada nas associadas se manteve estável, em 84%. A taxa de positividade geral caiu, passando de 44,6% na semana anterior para 42% na semana atual. *números da ABRAMED
A ABRAMED ressalta que os números referentes a testes para diagnóstico são os primeiros que mostram a evolução de uma doença e o aumento da transmissibilidade, por isso os resultados apresentados semanalmente são tão importantes para o acompanhamento da covid-19 no país.
Fonte: Assessoria de Imprensa da ABRAMED