Cuidados devem ser tomados desde a infância para evitar a perda auditiva, e quando não se pode evitar, buscar acompanhamento pode garantir a qualidade de vida, em todas as idades.
Ainda que o número de brasileiros que referem ter alguma deficiência auditiva seja de apenas 1% da população, em torno de dois milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, o número é contestável. Existe uma diferença entre o que se considera surdez e a deficiência auditiva leve, que muitas vezes não é reportada. Segundo projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS), dentro de menos de 30 anos haverá 2,5 bilhões de pessoas com alguma perda auditiva no mundo. O mesmo estudo indica que 700 milhões delas terão perdas significativas, que necessitem serviços de reabilitação.
Existem diversas causas para a surdez, desde as congênitas, quando a criança nasce com a deficiência auditiva, como as adquiridas que são muitas. No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, é importante lembrar que, seja qual for a causa da perda auditiva, existem profissionais que podem apoiar tanto em cuidados para evitar ou não agravar este quadro, como em promoção de qualidade de vida. No período da pandemia, muitas pessoas passaram usar mais os fones de ouvido, por exemplo. Veja na matéria que publicamos naquele período, sobre os cuidados necessários para este uso (neste link).
Nem toda perda auditiva congênita é genética. Existem algumas situações que, ao longo da gravidez, podem levar à surdez do feto, como algumas infecções da gestante. Por isso, Rodrigo Guimarães Pereira, otorrino do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, reforça a necessidade de um pré-natal bem-feito e, claro, não usar drogas ou álcool durante a gestação. Segundo a OMS, até 60% dos casos de perda auditiva poderiam ser evitados por meio das vacinações, acompanhamento pré-natal, realização da triagem neonatal e tratamento de doenças inflamatórias do ouvido.
Além da surdez na primeira infância, ela pode ocorrer durante o crescimento com diferentes causas. É importante manter o acompanhamento de saúde da criança para evitar quadros sindrômicos e infecções. Da mesma forma, evitar hábitos de escutar música e televisão com volume muito alto, principalmente com fones de ouvido. Principalmente para adolescentes e jovens adultos, vale a dica de sempre preferir o som no ambiente, ao uso dos fones. E, quando se trabalha em ambiente ruidoso, usar os equipamentos de protenção, ainda que pareçam impedir sua comunicação com os colegas.
A perda auditiva pelo envelhecimento natural das células do ouvido já é bastante conhecida popularmente. Para este tipo e para os demais tipos de perda, procurar um profissional qualificado é o melhor caminho. Grande parte das deficiencias auditivas pode ser contornada com aparelhos específicos e a tecnologia vem evoluindo cada vez mais, com novas opções. Após o diagnóstico, cada caso é avaliado para verificar qual a melhor reabilitação auditiva.
Existem em São Paulo muitos serviços especializados e eficientes. Para quem depende do SUS, no entanto, a relização de implante coclear em hospital pediátrico só é habilitada no Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba. O implante coclear é indicado para perdas auditivas severas e profundas, ou surdez total.