Febre Maculosa, a doença do carrapato

imagem de um dedo e quatro carrapatos estrela
Carrapato estrela, em quatro tamanhos ou fases da vida.

Doença causada por uma bactéria que é transmitida por carrapatos infectados volta a ser notícia após a morte de pelo menos quatro pessoas contaminadas na área rural da região de Campinas.

A Febre Maculosa é uma doença grave, que pode até levar à morte caso não seja rapidamente identificada e tratada. Segundo dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, o número de casos confirmados da doença vem girando em torno de 170 por ano, nesta última década. O caso de pessoas que estiveram em um evento na região de Campinas e contraíram a Febre Maculosa reacendeu um alerta.

É importante frisar que nem todo carrapato transmite doenças, e que o indivíduo precisa estar doente para infectar o humano que picar. Mas como não existe uma forma de saber previamente e sendo a picada de carrapato altamente desagradável com ou sem infecção, o ideal é se prevenir para não ser mordido. Além de repelentes específicos, usar mangas compridas e meias sobre as calças, quando em áreas de pasto são dicas importantes.

É muito importante que haja uma ‘vistoria’ no corpo após passeios em áreas rurais e de risco para carrapatos. Crianças e adultos devem checar o corpo todo, ainda que muitas vezes os carrapatos sejam vistos nos tornozelos e na barriga de quem eles ‘elegem’. Martim Elviro de Medeiros Junior, médico de família e docente do curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina, alerta para a importância de os pais supervisionem se as crianças não estejam ou continuam com carrapatos pelo corpo. Essa informação será fundamental para os médicos, uma vez que exames específicos levam mais tempo para terem resultado e cada minuto conta, quando se trata desta enfermidade.

COMO RETIRAR O CARRAPATO
O exame para checar se há carrapatos pode (e deve) ser feito com a ajuda de outra pessoa. A forma ideal para retirá-lo é com uma pinça, com um movimento rotatório, para que ele não seja esmagado ou fragmentado.
Não devem ser utilizados álcool ou gelo, nem calor (palitos de fósforos quentes), porque esses estímulos fazem o animal liberar a bactéria como uma reação.
Após retirá-lo, trate como se o carrapato estivesse contaminado: mergulhe-o em álcool ou jogue no vaso sanitário.
Limpe a área da mordida com anti-séptico.
Lave bem as mãos.

A bactéria que causa a Febre Maculosa é chamada Rickttesia. O seu período de incubação varia entre 2 e 14 dias.

Havendo este histórico de picadas por carrapato, não ignore sinais como febre, dor de cabeça, e dor no corpo. Aparecem pintinhas avermelhadas na palma e planta das mãos. Com a evolução do quadro as manchas se espalham pelo corpo: são chamadas de ‘máculas’, de onde vem o nome da doença. O diretor da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), Dr. Álvaro Costa esclarece que a maioria dos casos é benigna, mas algumas pessoas podem evoluir para a forma mais grave da Febre Maculosa, que pode levar à morte.

“É importante quando manifestar esses sintomas e tiver uma história de contato com carrapato, ter a procura pelo serviço de saúde, porque o diagnóstico não é muito simples, os testes sorológicos são complexos”, informa ele. Além disso, existe um tratamento, quando há suspeita da febre maculosa, que pode ser iniciado mesmo quando há apenas a suspeita do médico, que é o uso de um antibiótico específico para tratar essa bactéria.

Boa notícia: a Sociedade Paulista de Infectologia divulgou que um estudo conduzido pela Universidade de São Paulo (USP) e divulgado na revista Parasites & Vectores (leia aqui), apoiado pela FAPESP, apontou um caminho para se criar a vacina contra o carrapato estrela (e por consequencia a febre maculosa) através de um componente genético (IAP) identificado naquele carrapato. 

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2 comentários a "Febre Maculosa, a doença do carrapato"

  1. Pesquisando na mídia foi informado que a única forma ser usada no caso seria justamente usar um algodão em bebida em álcool de forma que o carrapato fosse se soltando aos poucos por si, Pois se não, ao ser retirado com pinça ou dedos, a pressão utilizada faria com que ele injetasse as bactérias.
    Usando o algodão com álcool ele acabaria se soltando por si após várias aplicações….
    E agora… ???.

    • A orientação que sempre tivemos, e de certa forma foi endossada pelo professor, foi usar um algodão embebido em óleo (cosmético) ou vaselina, e com uma leve pressão fazer um movimento circular para que o carrapato se soltasse, sem perder as pernas (o que resulta uma infecçao) ou soltasse mais bactérias.

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