Exposição: Pancetti – o mar quando quebra na praia…

sala de exposição com paredes verde escuras, alguns quadros e a projeção de ondas do mar na area, no são da sala.
A sala que mostra as marinas de Pancetti, sonorizada com Caymmi e as ondas do mar.

Mostra com curadoria de Denise Mattar será aberta hoje, sexta, 22, no 19º andar do Farol Santander e apresenta 42 obras do pintor brasileiro

O artista campineiro pertencente do grupo de modernistas brasileiros, trabalhou com temáticas variadas em suas telas, mas teve destaque principalmente pelo paisagismo e o amor pelo mar. Nascido em uma família de imigrantes sem muitos recursos financeiros, em 1902, Pancetti foi levado à Itália por um tio ainda criança, e retornou ao Brasil trabalhando em um navio no início da vida adulta. Foi embarcado que ele descobriu duas paixões: o mar e a pintura.

A mostra aberta nesta sexta tem mais uma vez a curadoria de Denise Mattar, responsável por outras exposições do artista. Desta vez, ela conseguiu reunir 42 obras de diversos colecionares e instituições, pela primeira vez em um mesmo espaço expositivo. Chamam a atenção, logo na primeira sala do 19º andar do Farol Santander, três auto retratos, feitos em momentos diferentes, sempre com um chapéu. O primeiro, chamado Auto-vida, de 1945, é acompanhado pelo croqui que o planejou (imagens abaixo).

Denise Mattar apresentou a exposição à imprensa, explicando que ainda que Pancetti seja mais conhecido por suas marinhas, os outros temas de suas telas também estão presentes na mostra, divididos por esta linha. A mostra apresenta os retratos pintados pelo artista, alguns quadros de natureza morta – incluindo um girassol, que somado ao estilo de seus auto-retratos, parece uma clara referência à uma admiração por Van Gogh. Há ainda algumas telas que retraram duas cidades em que Pancetti morou, depois de ser aposentado da marinha, para cuidar da tuberculose: Campos do Jordão e São João del Rey.

Uma preciosidade, do acervo de Nilma Pancetti, é uma pequena pintura, feita sobre a tampa de uma caixa de charutos, que retrata o casco de um navio. A curadora da Mostra justifica sua inclusão desta obra na galeria dos retratos por serem os navios e suas imagens, como retratos para quem é e vive do mar, como foi José Pancetti. A obra de 1936 está na primeira sala da exposição.

Uma pequena galeria no fundo do espaço expositivo teve suas paredes pintadas em verde escuro, e apresenta algumas obras do modernista, além de fazer referencia à seu amor pela Bahia de Caymmi, seu amigo pessoal. As marinas estão expostas, em meia luz, ao som da melodia de “O Mar” cujo primeiro verso dá nome à exposição. Mixado com a música, está o som do mar de Salvador, de forma sutil, mas perceptível.

A mostra que será aberta no dia de hoje, 22 de março, fica no 19º andar do Farol Santander, no centro histórico de São Paulo. Os ingressos podem ser adquiridos no local, ou de forma antecipada pela internet. Para quem sai de Moema e tem possibilidade de usar o metrô, deve preferir este transporte, já que o local é bem próximo a uma das saídas da estação São Bento e não há facilidade para estacionamento de carros. A entrada do Farol Santander fica poucos metros adentro de um calçadão que chega em frente à Ladeira Porto Geral.

Pancetti: o mar quando quebra na praia…
De 22 de março a 30 de junho
Entrada para visitação, das 9h às 19h, podendo permanecer até às 20h.
Farol Santander São Paulo
Rua João Brícola, 24 – Centro
Ingressos (online) ou nas bilheterias a partir de R$ 20,00 (meia)
(a partir de Moema, o mais recomendável é ir de metrô, trocando a linha Lilás pela Azul na estação Santa Cruz, em diração ao Tucuruvi, descendo na São Bento – saída pela rua Boa Vista)

Lembre (neste link) como foi a exposição sobre Santos Dumont no Farol Santander.